O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 390

O corredor estava silencioso quando Zoe voltou. Seus passos eram firmes, mas um peso invisível recai sobre seus ombros. O ar frio do hospital parecia mais denso, e cada respiração exigia mais esforço. Ao se aproximar da sala reservada, viu Arthur com uma expressão séria, Otto e Eloísa ao lado e, um pouco afastado, o advogado Álvaro. Thor e Celina haviam chegado enquanto ela ainda conversava com Sabrina.

Assim que Zoe cruzou a porta, Celina foi a primeira a se levantar. O olhar preocupado não escondia o alívio por vê-la.

— Como você está? — perguntou, já envolvendo a amiga num abraço apertado.

Zoe não conseguiu responder de imediato. Ficou apenas abraçada a Celina por alguns segundos, sentindo o calor daquele gesto. Quando se afastou, não olhou para Arthur, nem para ninguém. Seus olhos procuraram uma única pessoa.

— Doutor Álvaro… por favor, me dá a bolsa da Sabrina?

Álvaro, que a observava com atenção discreta, franziu levemente a testa, mas se levantou sem questionar.

— Claro. — disse ele, pegando a bolsa sobre a cadeira ao lado.

— Linda… — Arthur a chamou, com aquele tom de quem busca um sinal. — O que aconteceu?

Zoe não respondeu. Apenas estendeu o braço para receber a bolsa e, quando ele a entregou, ela respirou fundo e abriu. Lá estava o celular.

Assim que desbloqueou, a primeira imagem que viu foi a tela inicial: Sabrina e Arthur, juntos, numa foto antiga, estampando o fundo. Passou a deslizar pelos arquivos. A pasta com o nome dele estava lá.

Ao abrir, uma enxurrada de registros: fotos em boates, viagens, momentos íntimos, até vídeos. Havia uma gravação de Arthur dormindo, o rosto sereno, alheio ao fato de estar sendo filmado. Zoe respirou fundo, ignorando o aperto no estômago, e continuou. Procurava apenas um vídeo.

Quando encontrou, olhou diretamente para Arthur. Não disse nada. Apenas se aproximou, sentou-se no colo dele, segurando o celular com firmeza. O coração de Arthur acelerou ao sentir o peso dela sobre as pernas.

O vídeo começou.

A imagem mostrou exatamente o que Sabrina havia descrito. E então a voz dele soou, clara, carregada de emoção:

"Linda… como eu te amo."

"Zoe, eu vou ser único na sua vida."

"Você é tudo pra mim, Zoe."

"Amor… esperei tanto esse momento que estou com medo de te machucar."

"Vou ser carinhoso, linda."

"Esses seus beijos são viciantes, amor."

"Sou todo seu, amor."

"Porra, Zoe… você é apertadinha."

"Zoe… eu vou gozar."

As lágrimas vieram de repente. Primeiro nos olhos dela, depois nos dele. Caíam sem controle, como se as barreiras que seguravam meses de dor tivessem sido rompidas de uma vez.

Era como se, naquele instante, só existissem os dois. O som do vídeo preenchia o espaço, abafando qualquer outro ruído. Os outros na sala — Otto, Eloísa, Celina, Thor, até Álvaro — permaneceram em silêncio, testemunhas de algo que não lhes pertencia, mas que os tocava profundamente.

Até Álvaro, sempre contido e distante, respirou fundo de maneira quase imperceptível, como se lutasse contra algo que não queria deixar transparecer.

O vídeo terminou. Zoe e Arthur ficaram olhando um para o outro, como se precisassem confirmar que o outro estava ali, vivo, presente. Então ela o abraçou com força, e ele a envolveu, como se o mundo inteiro dependesse daquele gesto.

As lágrimas continuaram caindo, e nenhum dos dois tentou escondê-las.

Os demais, respeitando o momento, saíram da sala em silêncio. Ficaram apenas eles, abraçados, chorando, trocando beijos entre as lágrimas. Arthur passou as mãos pelos cabelos dela, como quem acalma um coração em tempestade. Zoe, por sua vez, deixou pequenos beijos no pescoço dele, sentindo a pele quente e o cheiro familiar que sempre a reconfortava.

Ficaram assim por um bom tempo.

Quando a respiração de ambos começou a se acalmar, encostaram as testas uma na outra, olhos fechados, sentindo a presença mútua como se fosse suficiente para manterem-se de pé.

— Ela me contou tudo, amor — disse Zoe, baixinho. — Foi tudo armação… com a Sabrina.

Arthur abriu os olhos devagar e se afastou o suficiente para segurá-la pelos cabelos, com as duas mãos.

— Linda… olha pra mim.

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