O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 386

Sabrina caminhava pelas ruas iluminadas de São Paulo, segurando a guia da pequena Mel, sua cachorrinha branca e agitada. Usava um vestido leve, que se movia com a brisa noturna, e acariciava a barriga já avançada de gestação.

Pensava nos últimos dias turbulentos, tentando encontrar algum tipo de paz na simplicidade daquele passeio. Mel farejava as calçadas, puxando-a de vez em quando, e Sabrina sorriu.

Foi então que, na esquina, o som de um motor acelerado fez seu coração disparar. Ela nem teve tempo de reagir.

O farol vermelho não conteve o carro preto que avançou descontrolado. O impacto a lançou contra o asfalto. Mel latiu desesperada. A dor explodiu pelo corpo, e a primeira reação de Sabrina foi proteger a barriga.

O carro freou a poucos metros adiante. O motorista, um rapaz que mal devia ter completado dezoito anos, saiu cambaleando, com o cheiro forte de álcool escapando junto com a respiração apressada.

— Meu Deus… o que eu fiz? — balbuciou, a voz trêmula. Os olhos dele corriam de Sabrina caída no asfalto para o próprio carro amassado. — Meu pai vai me matar… ele vai me matar… — repetia, quase sem ar, as mãos passando nervosas pelos cabelos enquanto o cheiro forte de álcool denunciava cada palavra.

Algumas pessoas na calçada, que até então estavam paralisadas pelo choque, começaram a se agitar, formando um círculo em volta da cena.

— Ela tá grávida! — gritou uma mulher, a voz embargada de raiva e horror. — Você bateu numa mulher grávida, seu desgraçado!

Um homem de boné, com o rosto vermelho de indignação, apontou para o rapaz cambaleante:

— Esses mauricinhos… filhinhos de papai que acham que podem fazer o que quiserem e sair impunes!

Outro, com o celular já erguido, falou com um sorriso cínico:

— Eu vou filmar isso e postar nas minhas redes. Vai me dar muita visualização… e muitos dólares. Quero ver o rostinho dele estampado na internet!

— Vamos linchar ele! — gritou alguém mais atrás, e o coro de revolta aumentou.

Um senhor, de punhos cerrados, avançou dois passos:

— Um cara desses não merece viver… pega ele! — o ódio vibrava em cada sílaba, a respiração acelerada como se estivesse pronto para atacar.

O jovem olhava ao redor, pálido, com o suor escorrendo pela testa, sentindo a pressão da multidão se fechar como um cerco.

Homens avançaram na direção dele, mas o pânico e o medo de ser linchado falaram mais alto. Ele correu de volta para o carro, entrou e acelerou. Os pneus cantaram, deixando o cheiro de borracha e indignação no ar.

Sabrina tentou inspirar, mas o ar parecia preso no peito. A dor se espalhou como fogo, e as lágrimas ardiam nos olhos.

— Calma, senhora… o socorro já está a caminho — disse um rapaz, se ajoelhando ao lado dela e tentando manter a voz firme. — Qual o seu nome?

— Sabrina… — ela conseguiu dizer entre dentes, a respiração trêmula. Seu olhar vacilou, indo para a própria barriga, como se tentasse protegê-la com as mãos. — Minha filha… por favor… salvem a minha filha… não deixe ela morrer…

A voz falhou, e um soluço rasgou-lhe o peito. Ela apertou os olhos com força, como se isso pudesse conter a dor.

— Eu não posso perder ela… não… não… — repetia, balançando a cabeça em negação, as lágrimas se misturando ao suor frio que escorria por seu rosto. — Ela é tudo que eu tenho… eu esperei tanto por ela…

A moça que estava ao lado falava com ela tentando transmitir alguma segurança.

— Calma… respira… pensa nela… vocês vão ficar bem… Não se mexe.

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