O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 37

Celina desbloqueou a tela e leu a mensagem:

"Bom dia, Celina.

Durante o dia, as reuniões serão exclusivas para os acionistas homens, então você terá a manhã e tarde livres.

Às 19h, um carro estará esperando na porta do hotel para levá-la ao jantar de negócios. Estarei te esperando lá.

Ah, deixei café esperando por você na mesa da sala.

PS.: Dormir ao seu lado pode se tornar um vício perigoso."

Celina não conteve o sorriso. Era um sorriso radiante, bobo, daquele tipo que foge do controle antes mesmo da razão se manifestar. Ela sentiu o friozinho na barriga, o coração acelerar.

— O que é isso, Celina? — sussurrou, fechando os olhos. — Você precisa se acalmar. Thor é inconstante. Um dia quente, no outro, um iceberg.

Tentou se levantar, afastar as lembranças da noite anterior, a forma como ele a tocou, como a abraçou… como sussurrou palavras sem dizer nenhuma em voz alta.

Mas era inútil.

A lembrança dele, o cheiro dele no travesseiro, a mensagem… tudo nela gritava o nome dele.

Ela sabia que estava se apaixonando. E isso a deixava apavorada.

A luz da manhã invadia suavemente a suíte luxuosa. Celina, ainda de robe e com um coque alto no topo da cabeça, caminhou até a sala onde encontrou a mesa de café preparada com delicadeza. Flores frescas, suco, frutas, pães variados… e, no centro da bandeja, uma fatia generosa de red velvet — seu bolo preferido.

Enquanto saboreava um pouco de suco, olhando pela janela de vidro o skyline de Dubai, Celina lutava contra os próprios sentimentos.

— Não crie expectativas — disse baixinho, para si mesma. — Não se deixe levar, não se permita cair… porque, se cair, talvez ele não esteja lá pra segurar.

Mas no fundo… sabia que já estava caindo.

Ela sorriu e bloqueou aqueles pensamentos. O coração bateu mais rápido. Voltou para mesa, pegou o celular e, antes mesmo de tocar na comida, tirou uma foto da mesa e mais outra do pedaço de bolo com o copo de suco, organizou o enquadramento com atenção e postou nos status do W******p com uma legenda simples, mas cheia de sentimento:

"Com o coração cheio" seguido de um coração vermelho.

Depois enviou as mesmas fotos para Tatiana, acompanhada da mensagem:

“Olha isso, Tati. Ele pensou em tudo…”

Minutos depois de postar, ainda sentada à mesa, Celina viu a notificação surgir na tela:

"Thor curtiu seu status".

Logo em seguida, uma mensagem:

"Espero que goste." — Ele havia comentado seu status.

Ela mordeu o lábio, surpresa e encantada. Seus dedos deslizaram rapidamente pela tela enquanto digitava:

"Como você sabia que red velvet é meu bolo favorito?"

A resposta veio em questão de segundos.

"Intuição."

Ele pausou, ainda com o celular nas mãos, ignorando completamente o que acontecia ao redor. Olhava a foto dela como se fosse algo raro, precioso. Murmurou para si mesmo, tão baixo que só ele ouviu:

— Mais uma coisa em comum… Também é o meu favorito.

Um meio sorriso escapou de seus lábios. Seu olhar ainda estava preso na tela, vidrado.

— Senhor Thor? — chamou o acionista, da ponta da mesa. — E então? Qual sua posição?

Thor piscou, como se só então voltasse à realidade. Olhou em volta, percebendo que a reunião seguia sem ele. Levantou-se de forma inesperada.

— Com a mesma beleza de quando eu te vi dormindo.

Celina sentiu o coração acelerar. Uma mistura de nervosismo e encantamento tomou conta dela.

— Thor… a gente precisa conversar.

— Eu sei — ele disse, sério agora. — Não estou fugindo disso. Só… tenha paciência. Confia em mim.

— Eu fico sem saber como lidar com você. Um dia é tão frio… no outro, tão perto.

— Eu não esqueci o que você me disse. Que a gente mal se conhece. — Ele fez uma pausa. — Mas o dia a dia vai se encarregar de mudar isso.

Ela permaneceu em silêncio, sentindo cada palavra ecoar dentro dela. Aquilo não parecia mais apenas um jogo. Não com aquele olhar.

— Preciso desligar. Interrompi uma reunião pra te ver. — Ele sorriu de canto. — Mas valeu a pena.

— Boa reunião, então — ela respondeu, ainda desconcertada.

A chamada se encerrou. Celina ficou ali, com o celular nas mãos, o coração disparado… e um milhão de sentimentos lutando dentro do peito.

Enquanto isso, Thor respirava fundo antes de sair da sua sala. Ajeitou o paletó, passou a mão pelos cabelos ainda levemente úmidos e vestiu novamente a expressão fria e dominante que o mundo dos negócios conhecia tão bem.

Quando voltou para a sala de reunião, os acionistas estavam murmurando entre si, confusos, tentando entender o que tinha acontecido. Conversas baixas se espalhavam pelo ambiente, mas assim que Thor entrou, um silêncio instantâneo tomou conta.

A energia dele preenchia o ambiente como uma tempestade prestes a cair.

Sem dizer uma palavra, Thor caminhou até a cabeceira da mesa, jogou o celular com firmeza sobre o tampo de madeira e encarou todos os presentes.

— Onde paramos?

A reunião retomou, mas ninguém ali ousou desviar os olhos ou questionar aquele homem implacável, cuja mente estava, naquele instante, dividida entre estratégias milionárias… e uma mulher que começava a desestabilizar suas certezas mais sólidas.

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