O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 191

Arthur olhou para Zoe preocupado.

— Fiz algo errado?

Zoe respirou fundo, tocando a mão dele com delicadeza.

— Não. É só que... eu preciso te contar uma coisa. Eu sei que tenho esse jeito todo louco, sou desinibida, brinco com tudo, mas... eu sou virgem.

Arthur arregalou levemente os olhos, surpreso, mas permaneceu em silêncio, ouvindo.

— Eu prometi pra minha mãe que só vou ter relação depois do casamento. É uma coisa minha, um valor que levo a sério. Sei que isso pode ser demais pra algumas pessoas. Então, se você não quiser continuar comigo por causa disso, eu entendo. De verdade.

Arthur a olhou, com ternura.

— Zoe, você é ainda mais incrível por isso. Eu te respeito demais. E eu vou esperar o tempo que for preciso. Não quero estar com você só por isso. Quero estar com você porque você é você. E isso já basta pra mim.

Zoe sorriu, emocionada, os olhos brilhando.

— Obrigada por entender.

Arthur segurou sua mão, beijando o dorso com carinho.

— Entenda uma coisa Zoe, não é o seu corpo que me prende a você, é a sua alma, sua essência. Eu vou esperar linda. E quando chegar o nosso momento, vai ser muito especial!

Os dois se beijaram novamente, agora com mais carinho e menos urgência. Namoraram um pouco mais dentro do carro, com beijos demorados e abraços aconchegantes. Quando ela já estava com a mão para abrir a porta do carro, Arthur a chamou:

— Linda...

— Oi? — disse Zoe olhando para Arthur.

— Vamos ver um melhor dia para eu e você, pois eu quero vir conversar com a sua mãe. Quero fazer isso do jeito certo.

Zoe abriu um sorriso largo, o coração acelerado.

— Sério?

— Sério. Dona Maria vai ver que eu vim pra ficar.

Zoe sorriu. Seus olhos brilhavam mais que tudo. Desceu do carro e, antes de entrar no prédio, se virou para acenar.

— Boa noite, meu namorado!

— Não, não, senhora... — resmungou ele, tentando resistir, mas sem forças. — Eu tô bem... só... só não pergunta nada... tá tudo do jeito que eles queriam...

Com muito custo, ela conseguiu tirar o copo da mão dele. Thor tentou se levantar, mas suas pernas falharam, e ele caiu pesadamente sobre o sofá. Logo depois, começou a murmurar palavras desconexas e adormeceu ali mesmo, o braço pendendo para fora, como um soldado derrotado após a última batalha.

Com o coração partido, Dona Sara cobriu-o com uma manta e ficou ali parada por alguns segundos, olhando para aquele homem que vira crescer, agora um amontoado de tristeza e álcool.

Ela tirou uma foto dele no sofá, a cabeça caída para o lado, e mandou para Angélica no W******p. A mensagem que a acompanhava era curta, mas carregada de dor:

“Nosso menino chegou mais uma vez bêbado... é de cortar o coração ver o sofrimento dele.”

O domingo amanheceu com um céu acinzentado, prenúncio de chuva. O despertador do celular de Angélica tocava sobre a mesa de cabeceira, emitindo aquele som característico de como se estivesse recebendo ligação. Ao pegar o aparelho, ver a foto e ler a mensagem, ela levou a mão ao peito. Respirou fundo, engoliu o choro, levantou-se e se vestiu rapidamente.

Quarenta minutos depois, já estava na portaria do edifício luxuoso onde Thor morava. O elevador subiu rápido, como se pressentisse a urgência que tomava conta dela.

Ao chegar à cobertura, Angélica foi recebida por uma cena deplorável. A empregada, com os olhos baixos, esfregava o chão da sala com pano e desinfetante, tentando remover os rastros do vômito que havia se espalhado durante a madrugada. O cheiro ainda pairava no ar, misturado ao de bebida e desespero. Thor continuava adormecido no sofá, com a mesma roupa da noite anterior, a face pálida e suada.

Dona Sara apareceu, cansada, com um olhar que misturava pena e exaustão.

— Ele chegou assim... quebrando tudo, falando sozinho. Dormiu ali mesmo — explicou ela, tentando justificar o injustificável.