Parte 1...
Anelise estava deitada na cama entre os filhos. Voltara para casa de madrugada e tinha ido direto para a cama onde seus pequenos dormiam. Agora pela manhã, eles a enchiam de assuntos que achavam interessante e que tinham acontecido enquanto ela estava fora.
— Mãe, eu saí com o Felipe pra fazer compras - Alan disse deitado ao lado dela — Eu pedi pra ele comprar chocolate e ele comprou.
— Pra mim também, “mami”, mas já acabou - Bianca sorriu se espreguiçando — Mas já acabou.
— Já? - ela fez uma cara de espanto brincando.
— Eu comi todo - Bianca riu.
— Eu ia comer o meu também, mas aí aquela moça apareceu e eu dei um pedaço para ela - Alan comentou.
— Que moça?
— Uma comprida - Bianca fez um gesto com a mão para cima mostrando que era alta.
— E qual o nome dessa moça comprida? - beijou a mão gorducha da filha — Onde vocês estavam?
— Ela veio atrás de você, mãe - Alan sentou — Ela disse que o nome dela era Márcia. A gente tava vendo televisão, aí o Felipe falou com ela.
— E ela demorou aqui? - não gostou de saber disso.
— Não. O Felipe mandou ela embora. Eu dei boa noite pra ela e aí dei um pedaço do meu chocolate.
Ela sorriu, mexendo no cabelo macio dele. Alan era muito parecido com ela nesse ponto. Ele era educado e gentil com todos.
Ela levantou e encontrou Ludimila arrumando a mesa para o café. Puxou uma cadeira.
— Bom dia!
— Bom dia! Não a vi chegar.
— Já estava tarde. Fui dormir direto.
— Como está a casa?
— Está tudo bem - sorriu — O jardineiro disse que sem você lá, ele trabalha melhor.
— Ah, esse abusado - ela riu — Deixe só quando eu voltar.
Felipe entrou na cozinha com uma sacola na mão.
— Bom dia! Fui comprar pão fresquinho.
— Hum, ótimo - Ludimila pegou a sacola — Eita cheirinho bom. Trouxe bolo também... Rapaz inteligente - disse rindo.
— Felipe, as crianças disseram que a Márcia esteve aqui.
— Sim. Eu não tive tempo de lhe falar por causa da hora - sentou ao lado — Ela veio ver se você estava mesmo viajando.
— Mas era só o que me faltava - ela fez uma cara de deboche — Ela está me vigiando agora?
— Ela queria lhe pedir que fosse até o hospital.
— Algo de novo por lá? - franziu os olhos.
— Eu estava por perto - sorriu quando passou uma senhora ao lado delas — Seu filho é lindo... Os dois são.
— É verdade - ela assentiu.
— Ele se parece com Mathias.
— Um pouco. Quando ficar adolescente vai puxar mais. E quando adulto vai ser alto como seu irmão.
— Pode ser, ele tem muitos traços de meu irmão. Até me recordei dele. Seu menino é grande para nove anos - balançou a cabeça — E é bem educado também.
— Eu tento educar meus filhos da forma correta - ela alfinetou a outra.
Luiza saiu do quarto.
— Ele já acordou - falou baixo — O médico fez alguns exames e está conversando com ele.
— Não é bom entrarmos todas juntas - Márcia apertou as mãos — Ele vai estar com raiva e magoado. Conheço meu irmão.
— Bem, eu vim até aqui, então vou entrar - Anelise ajeitou a bolsa no ombro e foi até o quarto.
Esperou ao lado da porta e quando o médico saiu, ela entrou com Luiza. Ele estava sob o efeito de um forte medicamento, mas dava para perceber a raiva e a dor misturados em sua expressão no rosto machucado. Anelise continuou firme.
— Como está se sentindo, filho? - Luiza perguntou hesitante.
— E como você acha? - ele mexeu a cabeça devagar — Mal, é claro. Veja onde estou - fechou os olhos um instante.
— Mathias, tente entender que...
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....