Nosso Passado romance Capítulo 95

Parte 3...

— Paguei caro por elas.

— Mas não foi pelo dinheiro. Ela vendeu as ações porque queria se vingar de mim. Você só facilitou.

— É como dizem... Aqui se faz e aqui se paga. Graças a essas ações fiquei no controle da empresa.

— Nem sei se me importo mais com a empresa - fechou os olhos — Só quero que meu filho fique bem.

— Ele vai ficar, tenha fé, dê tempo ao tempo.

Anelise não sabia se dizia isso para ela mesma ou para Luiza.

— Novaes a procurou no restaurante.

— Por que?

— Ele disse que ligou, mas perdeu a coragem. Queria contar a verdade a você e pedir perdão.

— Eu lembro de uma ligação estranha.

— Depois ele foi ao restaurante, mas você já tinha se afastado.

— Ele não tem que contar nada agora e nem quero desculpas depois de tanto tempo.

— Tem muito ódio de nós, não é?

Anelise a encarou um instante. De certa forma começava a compreender alguns fatos que não tinha conhecimento.

— Eu já tive - confessou — Hoje em dia, não mais. Porém, eu não tenho que perdoar nonguém. Assumo minha parte de culpa, meus erros, mas os outros devem fazer o mesmo.

— Eu sei - se ajeitou na cadeira — Eu não vou mais negar meus erros, nem vou interferir. Márcia pode assumir Novaes como ela sempre quis - Anelise fez uma cara de surpresa — E você também... Pode ficar com Mathias.

Anelise riu e franziu a testa.

— E quem disse que eu quero? - riu de novo — E que ele me quer também? Não confunda as coisas.

— Meu filho nunca a esqueceu.

— Não tenho certeza disso.

— Não o abandone agora, Anelise - ela pediu com sinceridade — Talvez... Ele fique paralítico - encheu os olhos de lágrimas.

— Não tem que projetar isso agora - ela tocou o indicador nos lábios para que fizesse silêncio. Não era bom que ele por acaso ouvisse — Vamos aguardar com pensamento positivo.

Ela levantou e ficou ao lado da cama. Por impulso tocou a testa dele, fazendo um leve carinho em sua pele fria. Era muito ruim vê-lo dessa forma, tão frágil. Nesse breve momento de ternura, ela sentiu que ele estremeceu. Talvez fosse verdade que pessoas em coma podiam ouvir e sentir o que estava ao seu lado.

Novaes abriu a porta e a viu. Travou e ficou vermelho, depois recuou. Márcia entrou no quarto e lhe pediu que fosse até o corredor falar com ele.

— Você vai embora? - Luiza levantou também — De vez? - perguntou insegura.

— Não. Antes desse acidente eu estava decidida a ir, mas as coisas mudaram agora.

— Obrigada - ela murmurou.

— Não faço por você - ajeitou a bolsa — Voltarei depois de amanhã. Qualquer novidade sobre ele, me ligue.

Ela deu outra olhada para ele e então saiu. Passou por Novaes que ainda estava no corredor e virou o rosto.

***************

— Relaxe a mente - Felipe entregou uma xícara de chá de camomila — Você está sob muita pressão.

— Nem me fale - ela apertou a nuca tensa — Parece um pesadelo. Que loucura esse último acontecimento.

— Eu avisei que uma hora isso iria apertar - fez careta — E quando ele acordar vai ser pior.

— Está me agourando, Felipe?

— Não, só lhe avisando de novo. Mas acho que você está na vantagem - mexeu a cabeça — A mãe e a irmã vão ter mais dor de cabeça do que você.

Anelise bocejou.

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