Parte 4...
— Com cuidado, meu amor - Anelise o alertou e pegou Bianca colocando em seu colo.
Mathias estava se revendo quando criança. Os mesmos traços e o olhar curioso. Ele olhou para Anelise que mexeu a cabeça de mofo afirmativo, lhe passando segurança.
— Eu sou Mathias - abriu a mão em cima da cama.
— Eu sei disso - Alan respondeu, colocando a mão sobre a dele — Mamãe me disse que você é meu pai também.
O coração de Mathias pulou as batidas de tão agitado que ficou. Sentiu um calor diferente, gostoso, quando o pequeno segurou sua mão. Seu lábio inferior tremeu.
— Eu sou - ele murmurou com sentimento.
— Você é meio bobo, não é?
— Alan! - Anelise o olhou séria.
— Ah, mãe - ele inclinou a cabeça — Mas é verdade.
— E porque você acha que eu sou bobo? - quis rir.
— Ué... - ele apertou os lábios rosados — Você me perdeu quando eu estava na barriga da minha mãe - abriu os braços.
O jeito inocente dele falar fez com que eles rissem. Mathias sentiu uma vontade forte de chorar e assentiu com a cabeça.
— Você tem razão. Eu fui muito bobo - olhou para Anelise que parecia comovida com o encontro — Mas a sua mãe correu de mim também.
— Era só você ir atrás dela - deu um risinho — Você gosta de mim? - se inclinou para ele.
— Gosto - disse rouco — Gosto muito - ele engoliu em seco, se segurando. Estava quase chorando.
— Legal - Alan sorriu — Ela é minha irmã, mas não é sua filha - ele informou a Mathias.
Ele olhou para a menina linda, em um vestido rosa e branco, o olhando com muita curiosidade.
— E como é o seu nome, bonita? - sorriu para ela.
— É Bianca.
— Você tem que gostar dela também - Alan comentou.
Anelise sorriu e olhou para Luiza, parada encostada à parede, com clara emoção pela cena.
— Se você não gostar dela, eu não posso gostar de você - Alan continuou — Mamãe disse que eu tenho que cuidar dela, porque ela é pequena e é mulher. Não posso deixar ninguém maltratar a Bianca.
Mathias riu, concordando devagar com a cabeça e os olhos cheios de lágrimas.
— Você está certo - ele disse baixo — Eu só tenho um braço funcionando - levantou um pouco a mão — Pode me dar um abraço?
Alan olhou para a mãe que fez que sim. Mathias não conseguiu falar pela emoção que o pegou. Alan ficou de joelhos na cama e se inclinou sobre Mathias com cuidado, passou os braços em volta de seu pescoço e o abraçou.
Mathias o abraçou com o braço livre e o apertou. Estava tão emocionado que não segurou mais. Chorou agarrado ao menino e ficou assim um momento até que Luiza falou.
— O que você teve? - ela continuou curiosa.
— Ele teve um acidente, não foi? - Alan disse — Mamãe contou pra mim que você bateu o carro.
Ele fez que sim, recordando a loucura do dia do acidente. Ficou tão fora de si que perdeu a noção do cuidado e no meio de um trânsito louco. O lado bom foi que ele não machucou ninguém.
— Vamos conhecer a casa? - Luiza quebrou o momento, levando as crianças para fora.
Anelise sentou na cama mais perto dele.
— Obrigado! - disse rouco — Ele é... Incrível - puxou o ar fundo para se acalmar do encontro.
— É sim - ela ajeitou o cabelo atrás da orelha — Ele tem uma personalidade cativante.
— E ela é linda - completou.
— Sim - sorriu — É maravilhosa, muito carinhosa... E curiosa também - riu.
— Parabéns... Eu acho - disse sem jeito.
— Acho que eu mereço o parabéns sim - cruzou as pernas — Ser mãe não é nada fácil.
— Parece que você tira isso de letra - ele encostou o dedo na mão dela em cima da cama.
— Só parece - sorriu — Tenho pessoas que me ajudam muito... E antes eu tinha Haroldo - ele afastou a mão — Não pode achar ruim que eu fale dele, Mathias.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Nosso Passado
O poder do perdão é algo muito poderoso é realmente libertador......
Essa coisa de que ela tem q ficar persuadido ele como se ela fosse mãe e ele filho, tá um porre. Homem pode ser machista, liberal, idiota ou o q quiser, mas infantil e inconsequente não dá, pq o azar é dele, mulher não tem q ficar adulando infantilidade....