No instante em que ela mal havia pisado dentro de casa, o carro dele parou de forma abrupta e ruidosa atrás dela.
Ela se assustou, hesitando por um momento.
Involuntariamente, apressou o passo.
Sandro Goulart a alcançou com rapidez quase predatória, agarrando seu pulso com força e puxando-a para dentro da casa.
Provavelmente achando que ela estava andando devagar demais, simplesmente a colocou de lado e a levantou nos braços.
Sua possessividade sempre foi desprovida de qualquer preliminar.
Mais parecia uma válvula de escape.
Um desabafo de raiva ou talvez de desejo.
Somente quando sentiu sua respiração pesada atrás de sua orelha, ela considerou seu tormento finalmente terminado.
Ele foi tomar um banho, encostando-se na cabeceira da cama enquanto fumava.
Gabriela Clara Morais, mancando com dificuldade, dirigiu-se ao banheiro.
Ele observou seu esforço e perguntou com um tom de curiosidade misturado com preocupação: "O que aconteceu com seu pé?"
"Não é nada." Ela não queria entrar em detalhes.
Ele franziu a testa e insistiu: "Venha aqui, deixe-me ver."
"Não precisa, vou tomar um banho."
Ele apagou o cigarro que fumava, levantou-se da cama e, com uma delicadeza inesperada, a envolveu por trás e a deitou cuidadosamente na grande cama.
Os pés dela estavam cobertos de bolhas de sangue.
Ele ficou surpreso: "Como isso aconteceu?"
"Foi o sapato."
"Tome seu banho, e depois eu cuido disso para você." Ele deu um tapinha gentil nas costas dela, em um gesto de carinho que parecia fora de lugar, quase como se fosse uma tentativa de compensar sua crueldade anterior.
Isso era apenas uma reação física causada pelo excesso de hormônios de prazer após se desafogar.
Não era verdadeira gentileza.
Sua gentileza não era destinada a ela.
Gabriela Clara Morais passou um tempo considerável no banho, como se o calor da água pudesse lavar não apenas o cansaço físico, mas também a tensão emocional.
Sandro Goulart não tinha o hábito de esperar ela dormir.
Imaginava que ele já estivesse descansando quando, na verdade, ele a esperava com uma persistência quase implacável.
Ele bateu no espaço ao seu lado na cama, "Vem aqui."
Gabriela Clara Morais, geralmente obediente, encontrou uma resistência incomum naquele momento. Após a corrida frenética de carro e o clima tumultuado da noite, ela não estava disposta a provocar mais sua ira.
Com paciência, ele tratou das bolhas em seu pé.
Gabriela Clara Morais, embrulhada em melancolia, abraçava seus joelhos com um peso emocional palpável.
Assim que ela se deitou, ele já estava sobre ela novamente, ansioso.
Seus beijos eram intensos, quase vorazes, e ela se viu forçada a aceitar passivamente, o desejo dele esmagador.
O celular na mesa começou a tocar.
Sandro Goulart, ainda apoiado nos cotovelos e ofegante, estendeu a mão para atender, o rosto marcado pela preocupação.
"Alô?"
"Sandro, temo que seu avô não vá aguentar muito. Venha imediatamente para o hospital com Gabriela Clara Morais, é urgente, agora mesmo."
Luan Goulart do outro lado da linha parecia desesperado.
Sandro Goulart podia ouvir a urgência em sua voz.
Após desligar o telefone, ele se levantou abruptamente da cama, o rosto uma máscara de determinação e ansiedade. "Vista-se rápido, temos que ir para o hospital."
Gabriela Clara Morais não queria ir de jeito nenhum.
Dessa vez, ela realmente não poderia escapar?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Não É Isso Você Querer? A Minha Morte.