Sandro Goulart pareceu relaxar um pouco.
Em seu coração, Núbia Lopes nunca foi uma pessoa malvada.
Ele ajeitou o cabelo dela com um gesto de carinho: "Você não está bem, descanse primeiro. Quanto ao doador, eu prometo que não vai demorar muito."
"Sandro, eu realmente não sabia que a doadora do Hospital Harmonia & Confiança era minha mãe de criação, eu juro."
Ela balançou a cabeça e aproveitou a oportunidade para abraçá-lo pela cintura, aninhando-se em seus braços.
Ele não a repeliu, mas gentilmente acariciou suas costas: "Vá descansar."
"Sim, e você também deve descansar cedo."
Depois que Núbia Lopes saiu, ele ficou sentado em seu escritório por um tempo.
Na estante, havia uma moldura coberta por um pano azul.
Ele a pegou e cuidadosamente removeu o tecido.
Era um retrato.
Pintado com tinta, mostrava um sorriso alegre, ele mesmo seis anos atrás.
A data estava escrita em letra elegante abaixo.
Naquele dia, um grupo de estudantes de arte saiu para uma sessão de pintura ao ar livre antes do vestibular.
Ele passou por lá sem querer.
Os jovens, cheios de energia, cumprimentavam-no alegremente.
Ele levantou os olhos e encontrou-se com um par de olhos encantadores.
A garota usava um boné branco, uma roupa de proteção solar também branca e uma máscara azul-clara cobrindo seu rosto, com o cabelo preso em um rabo de cavalo alto.
Ela, como os outros estudantes, acenou para ele, seus olhos se curvando em meia-lua.
Foi a primeira vez que seu coração bateu mais forte.
Quando o treinamento estava quase no fim, a garota veio até ele e lhe entregou um retrato.
"Para você, bonitão." Sua voz estava rouca, e ela sorriu timidamente: "Estou resfriada, então minha voz está estranha, não se incomode."
Gabriela Clara Morais estava encolhida no canto da grande cama.
Ao ver Sandro Goulart entrar, uma onda de ódio inundou seu coração. Ela cambaleou para fora da cama em direção a ele.
Ela levantou a mão, tentando dar-lhe um tapa.
Mas ele segurou seu pulso.
O ódio dela não encontrava saída, e ela mordeu seu braço. Ele tentou empurrá-la, sem sucesso, até que a boca dela se encheu de sangue. Então ela finalmente soltou.
"Gabriela Clara Morais, está se achando, não é?"
Ele a empurrou para longe, olhando para o próprio braço.
Havia duas fileiras de marcas de dentes sangrentas e desordenadas.
"Tudo isso foi planejado por você, não foi?" Ela perguntou, com os lábios tremendo.
Sandro Goulart a olhou friamente: "Planejado o quê?"
"Desde que Núbia Lopes precisou de um transplante de coração e rim, você já tinha tudo planejado, queria os órgãos da minha mãe, não é?" Ela sabia que ele não ia admitir, mas não importava, ela também não precisava que ele admitisse: "E a questão do projeto, também foi você quem manipulou tudo, né? Você queria que minha mãe estivesse na melhor condição física possível para satisfazer as necessidades de transplante de Núbia Lopes."
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