Eles entenderam a dupla intenção em suas palavras, os dois mais velhos sorriram suavemente, compreendendo o recado.
Paloma fez um gesto de timidez, baixando a cabeça, pensando consigo mesma que ele realmente sabia como fingir.
Como se, agindo assim, os outros pensassem que eles eram um casal apaixonado.
Lá estava Kléber, uma criança tão grande, uma espécie de espinho no coração de alguém, não é?
Pedro ficou para jantar aqui antes de ir embora, não parava de elogiar como a comida da Paloma era deliciosa.
Paloma apenas sorriu, sem dizer nada.
Nas reuniões antigas na casa grande, Sra. Coelho sempre a mandava para a cozinha ajudar. Depois de uma sessão inteira de fumaça e fogo, ela aparecia para servir, com o rosto e os cabelos salpicados de gotas de óleo, e o cheiro de gordura impregnado em sua roupa, sendo motivo de chacota pelos parentes da família Coelho como a garota do interior que não sabia se portar, enquanto Sra. Coelho justificava dizendo que a Senhora da casa estava acostumada a cozinhar no campo e queria mostrar suas habilidades, o que acabou fazendo com que parecesse que ela gostava de se destacar.
Agora, ela não seria tão tola.
A comida era preparada pelos empregados, ela apenas mexia na panela quando o cozimento estava quase pronto.
O fato de dizerem que estava bom não passava de ter acertado nos gostos deles, preparando o que gostavam de comer.
Fausto, ao lado, demorava a terminar seu prato, sentindo um desconforto no peito.
Ele sabia que Paloma agir dessa maneira não estava errada, era o comportamento esperado de uma dama da alta sociedade, mas ele ainda preferia a versão dela que era sincera, calorosa e que não jogava jogos.
Depois do jantar, Pedro, já levemente embriagado, se despediu, e os três gerações foram tomar chá.
O Velho Senhor ainda mantinha um sorriso no rosto, "Seu pai não se divertia tanto há dias."
Fausto respondeu de forma contida, "Ele está em casa, proibido de beber, agora que pode, é claro que está feliz."
O olhar do Velho Senhor se aguçou, "É só por isso?"
Fausto baixou os olhos, sem falar.
Vendo isso, Paloma tentou se retirar, mas foi impedida pelo Velho Senhor, "Está bem, vocês também estão cansados depois de um dia inteiro, vão descansar. Eu vou brincar um pouco com Kléber."
Fausto a ajudou, "Eu te acompanho."
Após Paloma se despedir deles, ela suspirou profundamente.
Seu coração vacilou, inadvertidamente seduzido.
Finalmente, Fausto se aproximou, com passos leves que ecoavam aos ouvidos de Paloma.
Ele se inclinou e a abraçou.
O coração de Paloma disparou, e ela apertou o livro com mais força.
Os beijos em sua bochecha e atrás da orelha carregavam um leve aroma de álcool, e a voz baixa do homem era suave, "Estava me esperando?"
O queixo dele repousava sobre seu ombro, esfregando seu pescoço intencionalmente, enquanto sua respiração quente borrifava sobre sua pele.
Paloma já havia perdido a compostura, fechou o livro tentando empurrá-lo, "Vamos dormir."
Assim que ela terminou de falar, seu queixo foi erguido, e ele a beijou.
Os lábios, com um leve aroma de álcool, eram um pouco frios, mas ele os friccionava gentilmente, e no momento em que ela se distraiu, o beijo se intensificou, tornando-se ardente.
"Fausto..." ela murmurou seu nome, agarrando-se ao pijama dele, confusa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Não Culpe Minha Partida, Sem Sentir Seu Amor
Nossa que chato, pq não excluem esse sem final!!...
Não terá mais atualização??...