Minha Morte!Sua Loucura! romance Capítulo 173

Adonis tinha os olhos vermelhos, incandescentes com a intensidade de quem carrega uma fúria pronta para explodir.

Empurrei Adonis com todas as minhas forças, respiração acelerada, e o confrontei com fervor: "Que direito você tem de falar assim? Foi você quem a matou, não foi? Foi você que mandou ela se arriscar contra o assassino? Se ela ainda estivesse aqui, você permitiria que ela tivesse esse filho?"

"Sim!" - A resposta de Adonis veio acompanhada de um soco violento na lata de lixo atrás de mim.

O barulho ensurdecedor da lata caindo no chão nos fez congelar, apreensivos de que alguém pudesse ter nos escutado.

Vimos um catador de lixo se aproximando para fazer sua coleta, e só então permitimos que o alívio nos invadisse.

"Eu teria me casado com ela." - Depois de um longo silêncio, a voz rouca de Adonis quebrou o silêncio.

Parecia um desabafo tanto para mim quanto para si mesmo.

"Você acredita na existência de almas neste mundo?" - Ele falou, com um tom carregado de autoironia.

Optei por não responder.

"Naquele dia, acho que vi ela..."

Não sabia ao certo a que dia Adonis se referia, e honestamente, isso já não me importava.

Benito chegou em tempo recorde, movendo-se com cautela para não alarmar o alvo, acompanhado apenas de Marcos e de alguns policiais disfarçados, numa operação discreta.

Eles superaram o muro do quintal, abriram a porta da frente com destreza e adentraram a residência.

Eu e Adonis corremos para dentro, seguindo-os.

Encontramos um homem alto e magro saboreando seu macarrão instantâneo, quando Benito o imobilizou no sofá.

Ele se comportou como se já nos esperasse, relaxado no sofá: "O que vocês querem?"

Benito estava sério: "Você é suspeito de homicídio, venha conosco."

O homem apenas sorriu, seu silêncio era eloquente.

Com metade do rosto desfigurado por queimaduras, era difícil discernir suas expressões.

Mas sua estatura elevada e o olhar frio eram notáveis.

Antes de ser levado por Benito, ele me lançou um olhar.

Era um olhar carregado de intenções letais.

Senti um arrepio percorrer minha espinha e instintivamente recuei.

Adonis franzia o cenho e me protegia, colocando-se à minha frente.

Afastei a mão de Adonis e aguardei que Benito levasse o homem embora, antes de dizer, com determinação: "Delegado Tavares, meu papel aqui já acabou, estou de saída."

Ele me sequestrou... o que ele tinha em mente? O que ele pretendia fazer com o Robson?

"O culpado é o Fábio, a pessoa que feriu a Luna, eu não vou deixar ele sair impune." - Adonis disse com um tom de voz sombrio.

Era o que eu temia...

Meu coração ficou apertado, e eu lutei contra as cordas: "Adonis, seu doido, o que você vai fazer com ele!"

Adonis permaneceu calado, continuando a dirigir.

"Adonis, seu doido, o que você vai fazer com ele... o que você pretende fazer com ele!" Tentei dar-lhe um chute, olhando para Adonis em desespero.

Adonis segurou minha perna, me dando um olhar de advertência: "Vocês queriam provas, não é? Eu quero que ele morra..."

Adonis estava convicto de que Fábio era o assassino.

"Eu vou fazer você testemunhar com seus próprios olhos ele confessando ser o assassino."

A voz de Adonis estava rouca enquanto ele mantinha o curso do carro.

Eu me acalmei, me acomodando sem energia no banco do passageiro: "O que, no final das contas... você tem em mente."

"Ele é um louco, então vou fazer ele pirar de vez." - Adonis tomou a direção para o caminho de um antigo sanatório abandonado.

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