Loucos Por Ela romance Capítulo 40

Bônus*

Gustavo

Tive uma manhã de trabalho tranquila, sem ligações importantes, clientes insatisfeitos ou problemas no financeiro, tampouco reuniões demoradas e exaustivas, com divergências que só trazem dor de cabeça. Estava tudo tão quieto, que comecei a estranhar.

Com a manhã concluída, decidi ir almoçar em casa… Saí da empresa dirigindo e no caminho meu celular começou a tocar. Vi que tratava-se de Felipe e para ele estar ligando em pleno horário de almoço, sinto que minha teoria estava certa, algo não anda bem com a empresa. Liguei o viva do carro e atendi intrigado.

Ao ouvir o que está acontecendo com minha irmã, a ira tomou conta de mim e eu só pensava em ir a seu encontro o mais rápido possível. Anunciei minha ida ao Rio no mesmo instante e encerrei a ligação.

Aumentei a velocidade sem conseguir parar de pensar em Allana e em como darei essa notícia aos meus pais. Não posso me ausentar sem uma justificativa. Ao menos para meu pai devo dizer a verdade.

Cheguei e os vi sentados na sala, com certeza estavam me esperando para almoçar, o que vai ser impossível porque perdi a fome.

Os cumprimentei e chamei meu pai para conversar a sós, pois não quero preocupar minha mãe.

— Pai, tenho que tratar sobre um assunto da empresa com você. Podemos conversar um minuto?

— Claro, vamos até o escritório. — Ele se levantou e caminhou.

— Está tudo bem, Gus? — Minha mãe perguntou desconfiada, então tive que forçar um sorriso que quase não se formou.

— Sim, mãe. Só um fato que ocorreu na empresa, mas nada grave. Com licença. — Falei e dei um beijo em seu rosto, tentando parecer calmo e ela retribui.

Seguimos para o escritório e ao entrar meu pai Indagou:

— Qual é o problema filho? Porque eu não acredito que seja nada com a empresa. Acabei de sair de lá e estava tudo em ordem. Vamos, fale. — Proferiu seriamente, então pensei por um instante e comecei a falar:

— Pai, pedi para conversarmos a sós porque não quero que minha mãe saiba. — Expliquei e continuei. — Felipe me ligou porque Allana está com problemas com o Igor, que não está aceitando o fim do relacionamento e coincidentemente os dois são amigos. Creio que para ele ter tomado a decisão de me alertar, é porque teme que ela esteja correndo perigo.

— Não posso acreditar que minha filha esteja passando por isso. Ele a agrediu? Fez algo a ela? — Questionou alterado e como sei que ele seria capaz de matär aquele infëliz com as próprias mãos se souber, decidi ocultar parte da informação para não deixá-lo ainda mais nervoso.

— Ainda não sei, mas acredito que não, senão Felipe teria dito. Estou indo para lá justamente para assegurar que ela esteja bem. Talvez com a minha presença ele a deixe viver em paz.

— Então vá e fique o tempo que for preciso, mas garanta a segurança de sua irmã. — Ordenou preocupado, e logo em seguida perguntou confuso. — Espera… Felipe e Allana se conhecem?

— Pelo que entendi, Allana é amiga da irmã dele. — Comuniquei o que ouvi de Felipe e ele apenas ficou pensativo. — Pai, vou fazer as malas e já vou.

— Não vai nem almoçar?

— Não… como alguma coisa no avião. Quero chegar o mais rápido possível!

— Ok! Me mantenha informado e cuide muito bem de sua irmã!

— Conte com isso, pai!

Saí do escritório já seguindo para a escada, quando minha mãe me abordou.

— Onde vai, filho? Estávamos te esperando para comer.

— Mãe, eu preciso viajar para o Rio! Recebemos uma proposta irrecusável e Felipe está precisando de minha ajuda para resolver algumas questões pendentes. Assim já aproveito para passar um tempo com Allana. — Discursei inventando uma desculpa e dei um sorriso inverídico.

— Que notícia boa! Fico feliz que esteja tudo indo bem e que você vai fazer companhia para sua irmã. Desde que ela se mudou, não veio nos visitar... Deve estar se sentindo sozinha.

— Sim, mãe, mas logo ela vem! Bom, agora preciso fazer as malas, o avião já deve estar pronto. — Expliquei e subi para o meu quarto.

Após tudo organizado, me despedi de meus pais e fui rapidamente para o aeroporto. No caminho liguei para minha secretária, que me confirmou estar tudo pronto, então assim que cheguei já embarquei e o avião logo decolou.

Uma hora depois, pousamos no aeroporto do Rio, onde havia um carro da empresa à minha disposição. Entrei no veículo e fui direto ao edifício. O porteiro liberou minha entrada de imediato, a mando de Felipe e no estacionamento vi o carro de Allana e pedi a Deus para não encontrá-la antes da hora.

Segui as informações passadas por ele via mensagem WhatsApp e subi para o 7 andar. Ao avistar seu apartamento, apertei a campainha e quando ele abre a porta entrei ligeiramente pedindo que me contasse tudo.

é que ela não quer mais que eu me aproxime, porque não gostou que brigamos no meio do restaurante, então não tenho como controlar a situação e sem saber mais como ajudá-la decidi te ligar. — Alegou em sua defesa.

— Isso não justifica! Você sabe que ela é tudo para mim. Mas vou relevar porque sei que ela é teimosa. Essa mania de querer ser independente e se cuidar sozinha me tira do sério. — Desabafei indignado.

— Obrigado por entender, mas tem mais um detalhe, o que vai dizer para justificar sua chegada repentina? Porque vou pedir que não conte que eu a contrariei e te avisei.

— Não se preocupe, vou usar a mesma desculpa que usei com minha mãe. Assuntos urgentes da empresa.

— E como pensa em agir agora?

— Vou tentar convencê-la a voltar comigo para São Paulo. — Falei e ele teve uma crise de tosse após engasgar-se com a bebida que acabava de virar e quando finalmente se recompôs, destacou.

— Você acha que ela vai aceitar? O trabalho dela é aqui!

— Certamente não irá, mas eu preciso tentar! Não posso voltar tranquilo se deixá-la aqui. E também não posso me dar ao luxo de ficar aqui muito tempo. Vai ser um trabalho difícil, mas não vou ficar de braços cruzados. — Ressaltei já me levantando e ele levantou-se também. — Bom, vou até o apartamento dela.

— Sorte na missão, amigo! E pega leve, porque ela está muito sensível. — Articulou em meio a um aperto de mãos, então assenti e falei:

— Fique tranquilo, vou resolver isso! E Felipe, mais uma vez, obrigado por me avisar. Um pouco tarde, mas avisou. — Revelou um sorriso rápido e assentiu me acompanhando até a porta.

— Depois me fala como ela está. — Concordei e saí.

Ouvi com atenção e ainda não consigo acreditar que minha irmã esteja passando por tudo isso! Eu sabia que havia algo errado, pois ela sempre atendeu minhas ligações, mesmo ocupada e por isso quando me ligou ontem, estava usando uma blusa de gola alta…agora tudo faz sentido!

Entrei no elevador e desci para o 5 andar à procura do apartamento 523, como vi no estacionamento. Toquei a campainha e após alguns segundos ela atendeu a porta falando algumas coisas que me deixaram perplexo, mas sua reação é ainda mais confusa ao me ver.

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