Humilhada pelo meu chefe romance Capítulo 7

— Ok, eu coloco minhas roupas novamente, mas para isso eu preciso de um pouco de privacidade senhor.

Ele me olha e sorri sarcasticamente.

— Você disse que quer privacidade? - indaga ironicamente rindo — Sério?

Mesmo percebendo o tom irônico dele, eu tento ser educada.

— Sim, senhor Price, eu preciso de um pouco de privacidade para me trocar, por favor.

Ele senta- se na cadeira bem a vontade.

— Desculpa Grace, mas isso você não terá. - diz num tom firme.

— E porque não, senhor? - olho atentamente.

— Porque, para uma mulher que aparentava pelo menos um pouquinho de decência na entrevista, e já hoje, teve a ousadia, a cara de pau, de vir trabalhar sem calcinha e ainda subir em uma escada só para que seu chefe visse a sua b***** toda depiladinha, não tem nenhum direito de pedir por privacidade. Você não concorda?

Ele até está certo em algumas partes, mas eu tenho motivo suficiente para rebater.

— Eh, em uma parte o senhor até tem toda razão, fiz errado em não usar calcinha e ainda subir naquela escada para provoca- lo, mas foi o senhor que me levou a fazer isso.

Ele abre a gaveta da mesa do escritório, tira um charuto e um cortador de charutos.

— Viu como é bem fácil tirar uma confissão de alguém?!

Engulo em seco ao perceber que acabei de confessar que só fiz isso para provoca- lo.

— O senhor queria que eu fizesse o que, depois de praticamente me obrigar a usar esse minúsculo uniforme. - rebato.

Ele acende o charuto, começa a fumar e se levanta, vindo em minha direção.

— Mas você tinha outra opção, senhorita Grace, não era obrigada a usa- ló.

Seu jeito provocante e irônico de falar me deixa super irritada, mas por conta de precisar muito do serviço, eu me esforço para relevar.

— Ah, sim, a opção de não usar nada, não é senhor Price?

Ele sorri debochado e não diz nada.

Respiro fundo e seguro um palavrão.

— O senhor vai me dar um pouco de privacidade ou eu vou ter que sair lá fora, assim? - indago.

— Eu vou dar o pouco de privacidade que você quer, Grace. - diz calmamente.

— Que bom senhor, muito obrigada. - agradeço num tom de sarcasmo.

Eu acho que ele irá sair do escritório, mas não, ele apenas vai até sua cadeira, senta-se e se vira de costas para mim.

— O que o senhor está fazendo? - indago sem entender.

— Dando-lhe um pouco de privacidade que você me pediu.

— Eu achei que o senhor iria sair do escritório, e não que iria ficar aqui.

— Hum.. que pena, você achou errado. - diz num tom de deboche — Agora anda, porque meu tempo está curto para tudo que preciso fazer hoje.

Fecho meus olhos, minhas mãos em punhos e mordo o lábio inferior fortemente.

Tentando conter a raiva que estou sentindo.

.." O homem filho de uma boa mãe.

Até em pensamentos tento não chinga- ló, mesmo sabendo que ele merece.

.." Não sei como a noiva dele o suporta.

Começo a tirar o uniforme, mas sem tirar os olhos dele.

.." Se com uma estranha como eu, ele é assim, imagina com ela.

Através dos meus olhos vejo meu nariz se contraindo por conta da imensa raiva que estou sentindo.

Assim que termino de tira- ló, ficando apenas de sutiã, vou até o sofá do escritório, que fica perto da janela, pegar a minha roupa.

— Nossa, como você é má. - diz num tom de malicia — Você bem que podia ter tirado o sutiã também.

Ao ouvir sua voz e percebendo que ele se virou para me olhar, pego minhas roupas rapidamente, tampo as partes principais da frente e me viro para ele.

— O senhor disse que me daria um pouco de privacidade, lembra?

— Eh, eu disse. - confirma — Mas eu não prometi. - sorri travesso.

Balanço a cabeça negativamente.

— O senhor quer mesmo me fazer desistir desse emprego, não é mesmo? - indago sentindo- me desapontada.

Ele se levanta e caminha em minha direção lentamente.

— Não, muito pelo contrário, Grace. - solta fumaça do charuto para cima — Eu quero ver o quanto você é capaz de suportar por esse trabalho.

Eu não digo nada, apenas o observo e o escuto.

— Quero ter certeza que está aqui unicamente pelo trabalho e não por outra coisa. - diz olhando- me seriamente.

— Tipo? - indago.

— Interesse! - diz sem hesitar — Fingir cair em meus encantos, minhas investidas, minhas provocações, e depois, me processar por assédio para poder tirar uma alta grana de mim.

.." Então é isso. - o olho fixamente – Já o processaram por assédio, só por causa da fortuna que ele tem. - mordo o canto do lábio – Bem, vou mostrar a ele, que ele está muito errado sobre o que pensa ao meu respeito.

Jogo as roupas no chão, fazendo o parar, totalmente paralisado com a minha atitude inesperada.

O encaro sem piscar por alguns segundos, antes de começar a me vestir novamente.

— Estou aqui somente pelo trabalho, senhor Price. - digo firmemente — O único dinheiro do senhor que me interessa, é o do meu pagamento por ele, unicamente ele.

Vejo o pomo-de-Adão dele, subir e descer rapidamente.

Vejo em seus olhos o quanto ele está constrangido.

Termino de me vestir enquanto ele somente olha, parado e calado.

— Agora com licença senhor Price, vou fazer o que estou sendo paga para fazer.

Me viro e saiu do escritório, mas uma vez sem olhar para trás.

.." Mas um ponto positivo para mim. - sorriu sentindo- me mais uma vez vitoriosa.

Faço tudo que preciso fazer, sem parar para almoçar, pois o que houve no escritório deixou-me totalmente sem apetite.

Às 16:00 vou para casa, e novamente ela está uma zona.

— E o que ela queria agora?

Por mim eu não diria pois sei que haverá discussão entre nós, mas alguém pode me ver entrando lá e inventar coisas maldosas a meu respeito para ele.

— Ela perguntou se tem como eu trabalhar como substituta no fim de semana lá na boate "Flor da noite". - explico — É que uma das meninas que trabalha lá, ficou doente e não vai poder ir.

— E você disse o que a ela? - olha- me seriamente.

— Eu disse que eu vou. - respondo sem hesitar.

— Não, você não vai. - diz num tom de ameaça — Só vagabundas trabalham num lugar como aquele.

Ouvindo isso, resolvo rebater, afinal ele só está dizendo isso porque já foi lá, tentou ficar com minha melhor amiga, mas ela o rejeitou na hora, e para piorar ainda me contou no dia seguinte, na frente dele.

Deixando- o sem saída, a ponto dele ter que assumir que era verdade, e causando uma briga feia entre nós dois.

Tão feia, que fiquei meses sem deixa- ló encostar em mim.

— Não, você está completamente enganado, Anthony. - me aproximo dele — As mulheres que trabalham lá, não são vagabundas, elas são guerreiras, inteligentes e espertas, pois apesar de terem que suportar homens nojentos e asquerosos, que deixam suas mulheres e filhos em casa com a "desculpa" de que precisam fugir um pouquinho de sua vidinha monótona, estressante e chata, elas ainda tiram uma grana preta dos otários. - sorriu sarcasticamente — Então, não querendo te corrigir, mas já corrigindo: *Quem trabalha em uma boate, não é uma mulher v********, muito pelo contrário, ela é uma mulher trabalhadora como qualquer outra. Vagabundos mesmo, são os homens que vão até lá procura- las*.

Eu mal termino de falar e já estou caindo ao chão, com um tapa dado com muita força em meu rosto.

Um tapa que ecoa por toda a cozinha.

— Você está me chamando de vagabundo, Grace? - grita furioso.

Meu rosto arde tanto que eu não respondo, apenas levo minha mão até a minha face enquanto meus olhos se enchem de lágrimas.

.." Até quando você irá suportar isso, Grace? - as lágrimas escorrem – Até quando?

Vendo o meu silêncio e percebendo que passou dos limites comigo, ele dá um murro na porta da geladeira, fazendo- me se assustar.

— Viu o que você me faz fazer com você. - diz irritado — Você sabe que eu não gosto de levantar a mão para você.

Ainda continuo no chão, com os olhos fechados e calada, enquanto as lágrimas ainda caem.

.." Você é a única que pode por um fim nisso, Grace. - suspiro fundo — Só você. - digo a mim mesmo em pensamento.

Parecendo arrependimento do que fez, ele se agacha, segura em meus braços, me levanta e me abraça.

— Me perdoe, meu amor. - me abraça fortemente — Eu juro que isso não irá mais se repetir.

Já sabendo que seus juramentos sempre são em vão, eu não dou a mínima, apenas espero ele me soltar.

O que não demora quase nada.

— Agora que já está tudo bem entre nós, faz o meu prato e depois liga para a sua amiguinha e diz que você não vai poder ir. Diz para procurarem outra pessoa.

— Mas que desculpa darei a ela, Anthony? - indago.

— Sei lá, inventa alguma coisa. - diz tipo que se lixando para o que eu vou dizer a ela — Você é muito boa com mentiras.

Ele pega outra cerveja na geladeira e vai se sentar na mesa.

Eu, então, faço o prato dele, levo até ele, pego o celular e subo para o quarto.

— Eu não vou fazer o que ele me pediu. - balanço a cabeça negativamente — Ele gostando ou não, eu vou trabalhar na boate no fim de semana. Afinal quem irá pagar as contas sou eu e não ele.

Coloco o celular no criado mudo, me deito e em questão de minutos eu adormeço.

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