Edgar/Falcão - Narrando
fazia tempo que estava nessa cadeira de hospital, o Tuco já tinha chegado mas foi fazer uns curativos e Duda foi com ele, Tia Elisa tava com efeito de sedativos mas parecia bem. Meu pai tirou algumas balas do ombro mas não tirou o pé daqui até ver minha mãe. O menor tá amoado num canto e parecia estar se contorcendo de raiva e tristeza ao mesmo tempo.
Minha mãe tava com Fernanda na sala de cirurgia tinha 6 horas, já vi enfermeiros correndo com bolsas de sangue, Matheus entrou pra ajudar minha mãe ou seja o caso tá difícil, ninguém veio nos dar notícias ainda.
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Matheus: Parente de Fernanda González?
Duda: somos nós - ele dá um sorriso leve pra Duda
Matheus: Então ela tava com três costelas quebradas mas por milagre não teve perfuração alguma no pulmão, o que já nos ajudou muito. Ela também fraturou muito a cervical, e seu braço que tivemos que raspar parte do osso porém colocamos uma placa com alguns pinos que depois de recuperada não haverá mais nenhuma diferença, o tiro em sua perna deixou a bala alojada perfurando uma de suas veias e causando uma hemorragia, controlamos depois de muito tempo para o seu corpo, fora isso ela tem alguns machucados superficial como marcas de murros, cortes e algumas outras coisas e ela.... - minha mãe interrompe
Natália: Ela tá grávida de 4 semanas e meia - fala e meu pai vai correndo até ela
Matheus: Sim, que é outro milagre o bebê continuar vivo porém sua gravidez se tornou bastante arriscada, ela irá precisar de repouso absoluto se não perderá o bebê- fala - Então, ela ficará uma semana no hospital para monitorarmos seu pós-operatório e depois irá pra casa porém permanecerá com a órtese cervical por 4 semanas
-O filho é meu ? - pergunto mais pra mim do que pros outros
Menor: Não é meu, eu não posso ter. E usamos camisinha
Duda: Há 4 semanas e meia ela tava gemendo feito uma cadela no cio pra tu, então parabéns meu amigo - fala e eu não tô acreditando
Eu vou ser pai? agora de verdade, mas é de risco. Ela pode morrer ou o bebê? ou os dois? Eu vou ser pai, eu... meu deus...
Natália: Tenho roupinhas em casa pra presente - fala animada, ai me lembro da minha mãe
- Desculpa, eu devia ter desconfiado - falo abraçando ela
Natália: Você não teve culpa meu amor, eu sei que você fez de tudo pra me encontrar assim como seu pai, e eu amo vocês - fala me abraçando também
Gabi: eu quero um abraço também- fala e minha mãe ri
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EU VOU SER PAI, PORRA...
Fernanda: Onde eu tô? - vejo ela acordando e me levanto da poltrona
- Tá no hospital, lembra o que aconteceu? - ela fecha a cara pra mim, lembra
Fernanda: Sim, eai, como tá o pessoal?
- estão bem, melhor que tu. Pode ter certeza - ela ri
Fernanda: O bebê da tua mãe? tá bem?
- Tá sim, mas precisamos conversar - ela me encara - tu vai morar comigo
Fernanda: tá doidão de droga fi? tenho casa, preciso da tua pena não, ou eu não posso mais andar? - ela fica nervosa
- Não - ela continua falando e falando - tu tá grávida porra
Fernanda: Impossível, eu uso cami..... filho da puta, é teu né? claro, eu só faria essa burrice contigo - fala
- Quando tava gemendo p mim, não reclamou né nojenta?
Fernanda: Mas como ele tá? - pergunta
- epa epa, você não tem que ter nojo nenhum de você, a culpa não é sua, é daquele filha da puta. Eu posso até ter uma parcela de culpa nisso, menos você. Tu não merecia isso
Fernanda: Eu senti quando ele enfio em mim com toda força do mundo, doeu tanto que eu senti o sangue escorrendo, o pior é que ele tava gostando, ele gozou enquanto eu gritava e chorava - falou e eu apenas abraço ela enquanto ela cai no choro
- Você é forte, ninguém nunca mais vai tocar em tu, eu não vou deixar, eu juro a tu - falo e ela continua chorando enquanto eu mexo no seu cabelo
Até ela pegar no sono, aquilo me matou. Ver ela aos prantos e seu olhar de desesperada, ela vai precisar de ajuda. Uma ajuda que nenhum de nós vai poder dar.
- mãe preciso de uma psicóloga - minha mãe me encara desconfiada - pra Natália, ela lembrou agora do estupro
Natália: Eu vou resolver tudo isso, sei como é, ela vai ficar bem. Ela me protegeu e eu vou ajudá-la
Duda: Oiii, minha amiga acordou? - pergunta chegando com os meninos
- acordou e dormiu de novo, precisamos conversar- falo
Precisava explicar a eles tudo que aconteceu, tudo que ela passou, ela foi a pessoa mais forte, mais corajosa que eu já vi. Ela sofreu por outra pessoa, como alguém consegue ser tão boa assim?
Duda: Eu preciso ver ela, eu... eu posso ajudar, eu tenho que ajudar
Menor: Eu deixei ela desprotegida, eu deixei.... eu deveria tá com ela, deveria ter chegado antes
Tuco: Aconteceu, não era pra ter acontecido, é doloroso pra nós e mil vezes mais pra ela, mas não vamos nos culpar ou forçar as coisas, a gente vai dar o apoio que ela quiser, se ela quiser conversar sobre a gente senta e escuta, oferece um ombro amigo, ninguém vai tocar nesse assunto, só ela e somente ela pode falar, se quiser. Se não, iremos seguir do modo que ela escolher, com ou sem esse assunto.
Didi: O menino é bom - só Didi p vim com isso, a gente ri mas apenas concordamos com o Tuco, ele tava certo
Nós não tocaremos nesse assunto!!!
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