Herdeiro do Alemão romance Capítulo 66

Laís - Narrando

Não tava aguentando mais Peixoto dormindo no hospital comigo, chega dava pena porque ele saia bem cedo pra fazer o turno da manhã e tarde no morro pra ficar de noite aqui comigo, ele amava a criança mesmo que seja hostil comigo, ele parece gostar da ideia de ser pai. Com certeza ele preferia outra mãe pro filho, não uma menina de 14 anos.

A gente tem 5 anos de diferença e sempre foi só ele, já que a mãe dele era solteira e morreu no seu parto. Ele foi criado com a vó que morreu quando ele tinha 12 anos, aí ele viveu só desde então, entrou no tráfico e pronto.

- não precisa dormir aqui hoje, tu precisa descansar bem - falo e ele me encara

Peixoto: Não to aqui por tu, então vou dormir aqui sim, vai que tu passa mal - eu nego com a cabeça

- vou dormir com outra pessoa hoje - falo e ele me encara

Peixoto: tu não vai ficar com um e com outro com minha cria dentro de tu não, maluca

- e quem disse que eu to com um e com outro? vou dormir com Fernanda - ele me encara

Peixoto: Por que? tua família não gosta de tu? - não é bem assim mas tudo bem

- tô tentando me aproximar da minha família, então pode dormir em casa hoje, amanhã tu vem em horário de visita, não acho que meus pais ou tuco venham me ver, já que eu to estável - queria que fosse diferente porém eu mereço

Desde o dia que Fernanda foi sequestrada não me visitaram mais, entendo a raiva deles. Duda passou aqui quando vem ver Fernanda, Tuco nem vem também mas eu acho que ele deve tá bastante ocupado com as coisas do morro já que Falcão tava vivendo aqui no hospital.

Falando em falcão acho que nunca vi o filho dele nem muito menos a de Natália, espero poder ver eles...

Fernanda: Obrigada Laís por ficar comigo, se não os outros iam se matar pra ficar aqui - dou um sorriso

- pelos menos tu tem pessoas pra ficar contigo - era pra ser um piadinha mas não ficou tão engraçado quanto tava na minha cabeça

Fernanda: Quem sabe o que pode acontecer no futuro, eles ainda te amam só estão magoados, Tuco pergunta de tu todo dia - fala e eu abro um sorriso

- Eu sinceramente quero ter a oportunidade de entrar na família de novo, de fazer parte sabe, quero que meu filho tenha uma casa cheia, festas de família essas coisas- ela sorri

Fernanda: Espero que sejamos amiga, temos 3 anos de diferença? - pergunta fazendo as contas nos dedos

- Sim, três anos - confirmo

Fernanda: Então pronto, espero que possamos nos dar bem Laís - eu apenas dou um sorriso concordando com a cabeça

Não demora muito pra nós duas caímos no sono, eu dormi toda escorada por conta dos meus ferimentos e Fernanda na cama, já que ela não podia se mexer por conta dos pontos da cirurgia

Acordo cedo com as enfermeiras vindo trocar os curativos e ajudar a Fernanda a tomar banho para tomar café, elas me ajudam a ir pro meu quarto fazer a mesma coisa...

Passo o dia esperando Peixoto, já que é a única pessoa que vem todos os dias e fica conversando comigo, mesmo que seja contra sua vontade, tô nem aí, ele que lute. Logo escuto alguém batendo na porta

- Demorou hoje, espero que tenha descansado, trouxe min... - me viro vendo meus pais e Tuco na porta junto com Peixoto que apenas me encara

Matarindo: Não sabia que vocês tinham tanta amizade assim - meu pai fala me encarando

Peixoto: Nós tratamos normalmente e temos um relacionamento saudável já que vamos ter um filho juntos - fala como se não fosse nada demais

Minha mãe passa no meio deles vindo até mim enquanto Tuco apenas me encara de longe, e sinto seu olhar percorrer por todo meu corpo, calma que não tenho nenhuma arma letal no corpo não.

Gabi: Como você tá? meu neto tá bem?

- Sim, ta tudo bem, recebo alta daqui 2 dias, eu acho. Fiquei até tempo demais por causa da minha gravidez

Peixoto: tu tem que comer alguma coisa - fala tirando uns lanches da sacola, vejo Tuco ainda em pé na porta

- Pode sair por um momento Peixoto, tenho que conversar com o Tuco - ele encara Tuco como se tivesse dando um aviso e sai do quarto

Olho pra Tuco que dá uns passos pra dentro do quarto e fecha a porta atrás dele, ele me encara por alguns segundo e seu olhar para na minha barriga que já dava pra ver um volume, também fazia um tempo já né? ele já se mexia aos poucos

Tuco: Qual o sexo? - pergunta

- não sei ainda, vou pra uma consulta com o Peixoto quando sair daqui - falo e ele apenas concorda com a cabeça e se senta numa cadeira do meu lado

Tuco: Realmente não consigo confiar plenamente em tu e não consigo esquecer tudo que tu falou, mas tu é minha irmã e eu vacilei em te proteger, eu deveria ter cuidado de tu do mesmo jeito que cuidei de Duda, foi vacilo da minha parte - fala olhando nos meus olhos

-Lucca, a culpa não foi tua, eu procurei por tudo que me aconteceu, tenho que arcar com minhas consequências. Se não fosse por esse ''acidente'' eu não teria criado vergonha na cara - falo e ele nega com a cabeça

Tuco: Eduarda falou que tu tomou juízo faz um tempo, por que? - na tora, sem cuspe

- Eu quase tirei meu filho, fiquei com um cara depois de um baile e assim que terminamos né - falo e sinto meu rosto ficar vermelho

Tuco: num era tu que jogava na cara de Deus e o mundo que dava ? - meu deus, que vergonha

- Pronto, depois disso ele falou que eu deveria tirar isso se queria minha vida tranquila e da putaria pois isso só me atrapalharia, logo depois disso eu ia tirar, quanto tava pra tirar ele deu chute, eu nunca senti aquilo na minha vida, era um sentimento cálido como se fosse claro que eu não tava mais sozinha, que ele merecia viver mesmo que eu não valia nada pra aquele ser dentro de mim eu valia muito, então eu decidir me tornar uma mãe digna pra ele, pra ele ter uma família, um ambiente saudável pra crescer e se tornar um belo rapaz - falo e ele chuta de novo, pego a mão de tuco e coloco na minha barriga - esse aqui é o motivo da minha mudança - Tuco olha pra minha barriga com brilhos nos olhos

Tuco: eu não confio em tu, mas eu vou fazer de tudo por essa criança ai - fala e eu concordo com a cabeça - eu volto pra visitar vocês - ele sai do quarto e logo Peixoto entra

Peixoto: Criança safada, ela nunca chutou pra mim - fala e eu encaro ele

- Tu nunca tocou na minha barriga, arrombado - ele revira os olhos

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