Ficar ou correr? romance Capítulo 964

Olhei para Pedro e Cássio, um é reservado e arrogante, o outro gentil e pé no chão. Não era surpreendente que os dois tivessem pouco em comum para conversar. Já Ana e eu estávamos ocupadas, tagarelando sem parar.

Ana observou os camarões que Pedro descascava para mim e comentou: “Sabe, estou com uma pontinha de inveja de como vocês se relacionam. Não é aquele tipo de doçura exagerada, mas algo que parece muito natural.”

Sorri em resposta e fiquei observando em silêncio enquanto Cássio alimentava Ana cuidadosamente com um camarão. “Eu é que estou com inveja de você. Veja como o Sr. Coimbra é atencioso e gentil com você. Deve valorizá-lo.”

Ela assentiu com a cabeça. “Com certeza. Eu também desejo o melhor para você e Pedro.”

Já era tarde quando terminamos o jantar e voltamos para a casa.

De volta ao quarto, Pedro parecia exausto, então decidi guardar as perguntas que tinha para mim mesma. Depois de tomar banho e finalmente nos deitarmos juntos, a voz dele, um pouco rouca, perguntou: “O Marcelo vai fazer alguma coisa agora que a Ana vai se casar?”

Fiquei levemente surpresa com o interesse repentino dele nesse assunto e balancei a cabeça. “Não sei. Tudo o que sei é que ele também está planejando se casar com a Ivone. Só Deus sabe o que se passa na cabeça dele.”

Já que ele mencionou esse assunto, perguntei curiosa: “Pedro, o que você faria se eu me casasse com outra pessoa?”

Ele abriu os olhos e os fixou nos meus. Sua voz saiu baixa e solene ao responder: “Você vai?”

Revirei os olhos e disse: “Por que não? A vida é tão imprevisível, tudo é possível. Veja o exemplo do Marcelo, anos atrás ele nunca imaginaria que a Ana teria um filho dele. E agora, quando ele finalmente se apaixona por ela, ela decide se casar com outro. Não podemos contar que as coisas permaneçam as mesmas para sempre.”

Em vez de responder à minha pergunta hipotética, seus olhos escuros continuaram a me encarar intensamente. Fiquei impaciente e comecei a insistir: “Por que está me olhando assim? Só responda à minha pergunta!”

“Nunca vou deixar você ir, nem permitir que se apaixone por outra pessoa, muito menos que se case com alguém que não seja eu. Então, sua pergunta não tem validade.” Seu tom era tão autoritário que tive que desistir de qualquer outra pergunta que tivesse em mente.

Suspirei. “É só uma pergunta inocente. Não entendo por que você está levando isso tão a sério.” Me sentindo um pouco incomodada, virei de costas para ele.

Pedro então se aproximou, seu peito ficou tão colado nas minhas costas que eu podia sentir as batidas fortes de seu coração. Sua mão grande repousou sobre minha barriga enquanto ele falava em um tom suave: “Scarlet, acredito que muitas coisas na vida são possíveis quando se quer de verdade. Não posso prever o futuro, mas uma coisa eu sei: enquanto eu viver, nunca vou deixar você ir. Nunca acreditei nessa história de que, se você ama alguém, deve deixá-la livre. Sou apenas um homem comum que quer estar com a esposa e não suporto a ideia de ver você com outra pessoa. Então, não pense mais nisso, tá?”

“Não, por que pergunta?”

“Ah, não é nada. É que tentei te ligar algumas vezes e foi direto para a caixa postal. Então, achei que poderia ter uma regra nova de não usar o celular no trabalho.”

“Meu escritório é bem perto da sala de reuniões. Então, às vezes deixo o celular lá durante as reuniões. Mas isso não vai acontecer de novo.”

Dei um sorriso leve. “Tudo bem.”

Talvez tenha sido só coincidência a Stella ter atendido o celular dele hoje.

No dia seguinte, fui correndo para o hospital após ser informada de que as medulas ósseas de Suelen e João não eram compatíveis. Quando cheguei, encontrei Carmen e Fábio, que pareciam não ter dormido a noite toda.

Havia uma tristeza visível na voz de Carmen quando ela falou: “Querida, o médico confirmou que as medulas não são compatíveis. Vamos ter que procurar uma que seja compatível com a da Suelen.”

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