Ficar ou correr? romance Capítulo 751

Ao ouvir aquilo, quase engasguei com a comida. Aquele homem estava deliberadamente magoando os sentimentos de Raquel!

Eventualmente, consegui engolir o bolo de comida e suprimir a vontade de tossir. Forçando um sorriso, perguntei entre dentes cerrados: “Sr. Carvalho, você não tem mãos?”

Pedro curvou os lábios em um sorriso de deboche, não deixando nenhum traço de sua habitual sobriedade. “Bem, minha mão está ocupada.”

Enquanto falava, ele até pegou descaradamente o documento que havia acabado de colocar de lado, levantando a sobrancelha para mim.

Franzi os lábios, sem palavras. Enquanto isso, Raquel não aguentava mais. Ela se levantou e se despediu. “Sr. Carvalho, deixarei o documento com você. Preciso resolver algo e vou embora agora.”

Embora desapontada, a jovem conseguiu manter uma boa aparência enquanto saía do pátio.

Olhando para Pedro, fiquei completamente sem palavras. Esse homem deve ter feito de propósito!

Às vezes, não conseguia deixar de ficar impressionada com a alta tolerância de Raquel. Desde que ela colocou os pés na mansão, a jovem vinha mantendo um sorriso apesar de receber humilhações tão grandes dele.

Não sabia que uma mulher poderia suportar tamanha humilhação apenas porque amava um homem.

Perdendo o apetite, deixei o garfo de lado. Olhando para Pedro, falei: “Sr. Carvalho, se você não gosta dela, deveria dizer francamente em vez de humilhá-la. Não pode mostrar algum comportamento cavalheiresco?”

“Bem, não sou um cavalheiro mesmo.” Fixando seus olhos em mim, ele disse: “Além disso, sou casado. Como mulher, ela deveria se afastar de um homem casado. Não preciso ensinar isso a ela, preciso?”

Franzi os lábios, me sentindo incomodada sob seu olhar. Ainda assim, lembrei a ele: “Estamos divorciados, e você está solteiro agora. É normal para Raquel gostar de um solteirão elegível como você. Não pode culpá-la por isso.”

O homem riu com desdém. “Se sou elegível, por que você se divorciou de mim?”

Sabendo que não poderia discutir com ele, me levantei e então dei uma desculpa: “Bem, você é elegível, mas isso não significa que sejamos adequados juntos.”

O homem também se levantou. “O que você quer dizer com isso? Então quem é adequado para você?”, ele perguntou, olhando para mim indiferente.

Pensei que ele só estava tentando me provocar, então decidi encerrar a conversa. “Já que a Sra. Zanete saiu, suponho que não há muito o que discutir hoje. Estou indo embora agora.”

Foi então que ele segurou meu pulso e me impediu de sair. Franzi os lábios, me sentindo nervosa. Ainda assim, mantive uma postura firme, perguntando calmamente: “Sr. Carvalho, o que você está tentando fazer?”

Pedro levantou a sobrancelha. “Fui eu quem cuidou de você no hospital depois que você caiu no poço.”

Enquanto falava, ele se aproximou de mim. “Mesmo que seja um estranho, você não acha que me deve um obrigado por te salvar e cuidar de você?”

Ao notar a decepção em seus olhos, meu coração afundou. Naquele momento, fiquei perplexa.

Depois de algum tempo, cedi. “Não estou livre de tarde e à noite, mas virei de manhã.”

Com isso, saí do pátio e voltei para a mansão de Adriano.

Como não havia ninguém no pátio, supus que os dois estivessem de volta à casa.

Assim que entrei na sala de estar, chamei: “Nicole, você...”

Interrompi ao ver Nicole e Adriano se beijando apaixonadamente no sofá.

Se eu não tivesse entrado, os dois já teriam ido para o próximo nível.

Ao ouvir minha voz, Nicole instantaneamente empurrou Adriano para longe dela, seu rosto ficou vermelho como uma maçã. Quanto a Adriano, o homem passou a mão na ponte do nariz enquanto se desculpava: “Vou para o escritório agora. Deixo vocês a sós.”

Podia sentir a tensão no ar. Logo, ele saiu da mansão. Sentindo-se envergonhada, Nicole não se atreveu a me olhar enquanto pigarreava e explicava: “Desculpe por isso. Devemos encontrar outro lugar.”