Ficar ou correr? romance Capítulo 738

Por um momento, me senti ligeiramente inquieta. Felizmente, Laura estava aqui para conversar comigo.

“Lembro que adorávamos acampar e fazer trilhas quando ainda estava na universidade. Olhando para trás, sinto muita saudade daqueles bons tempos.” Ela suspirou. “Em um piscar de olhos, dez anos se passaram.”

“Você tem razão. Não consigo acreditar que vou fazer trinta anos em breve!” Nicole suspirou. “Ainda me sinto jovem e livre. Como envelheci tão rápido?”

Olhando para o céu noturno cheio de estrelas cintilantes, respirei fundo. “Não precisamos nos prender ao passado. As pessoas devem fazer o que é esperado delas em momentos adequados, como estudar, casar e ter filhos. Nossos ancestrais viveram por milhares de anos, seguindo a mesma rotina. Não é que não tenham pensado em viver suas vidas ideais. Talvez tenham experimentado a liberdade que todos almejamos, mas, no fim, acharam isso ainda mais insuportável do que casar e ter filhos.”

Nicole assentiu e se virou para olhar para Thaís. “Você não gosta de filosofia? O que acha da vida?”

Pressionando os lábios, a mulher olhou atentamente para o céu noturno por alguns segundos antes de dizer, indiferente: “Vida e morte estão predestinadas desde o início. É um ciclo interminável de tormento.”

“Que bobagem você está falando?” Nicole resmungou e fez um bico. Em seguida, virou-se para Adriano e perguntou com um sorriso doce: “Sr. Menezes, tem algo a dizer?”

“Não”, ele respondeu. Com seu olhar frio fixo no céu.

“Ai!” De repente, Raquel se levantou com as mãos sobre o estômago, e seu rosto se contorceu de agonia. “Meu estômago dói.”

Pedro franziu a testa. “O que houve?”

“Não sei. Estou com dor na barriga. Talvez tenha comido algo estragado. Com licença, preciso me aliviar.” Imediatamente, ela correu enquanto segurava a barriga.

Assistindo a mulher correr em direção ao fim do vasto campo, todos tentaram conter o riso. Não havia vegetação ou árvores que pudessem servir de abrigo no campo, então ela teve que correr mais longe.

Ninguém havia pensado nesse problema antes de acampar.

Nicole soltou uma risadinha contida, aproximando-se de mim. “Aposto que ela não vai conseguir aproveitar a observação das estrelas esta noite.”

“Por que você disse isso?” Olhando para seu rosto enigmático, não pude deixar de perguntar.

A mulher me deu um sorriso malicioso e disse travessamente: “Essa é a consequência de agir toda arrogante quando não sabe de nada. Não tinha outra forma de desabafar minhas frustrações.”

Olhando para sua expressão sorrateira, fiz um palpite selvagem. “Você colocou algo na comida dela?”

Ela deu de ombros, indiferente. “Só adicionei um pouco de chocolate no copo de leite que ela bebeu agora há pouco.”

Confusa, perguntei: “Leite e chocolate podem causar diarreia?”

Ela assentiu. “Sim. Não se preocupe, ela não vai morrer. Só terá uma dor de barriga.”

Entendi.

Então, fechou os olhos para descansar.

Achando-nos chatos e desinteressantes, ela rastejou até Laura e Thaís para perguntar a elas a mesma coisa.

Olhando para o deslumbrante céu estrelado, me desliguei. Eu realmente amava esse tipo de ambiente. Era tão relaxante e reconfortante. Minha mente estava livre de pensamentos indesejados.

Com os olhos fechados, senti-me como se não estivesse mais na terra, mas no céu.

Depois de um tempo, alguém falou de repente. “A Sra. Zanete está fora há um bom tempo. Por que ainda não voltou?”

Abrindo meus olhos, olhei ao redor do acampamento. Raquel não estava em lugar nenhum.

Enquanto isso, Nicole estava conversando com Laura. “Não se preocupe, ela é tão boa em se fazer de inocente e coitadinha. Vai ficar bem mesmo que encontre algum animal selvagem.”

Já eram 23h, e Raquel estava fora havia uma hora.

Virando-me para olhar Pedro, não pude deixar de instigá-lo. “Sr. Carvalho, você deveria checar como ela está. Afinal, ela é uma mulher. Será perigoso se ela encontrar algum problema.”

“Sim, Sr. Carvalho. Vá procurá-la.” Todos seguiram o exemplo. Já era hora de dormir, pois já havíamos terminado de comer e observar as estrelas por um tempo.