Ficar ou correr? romance Capítulo 660

Não existia algo como primeiro amor no mundo dos adultos. Ele sorriu friamente. “Ser muito esperta não é bom para uma mulher. É melhor se fazer de boba de vez em quando. Você sabe como é ser amada. Tenho certeza de que não quer perder isso.”

Apertei os lábios. Contrariamente ao que ele acreditava, tudo o que eu sentia era nojo. Fiquei quieta por um tempo antes de responder: “Quero que me conte a verdade, Sr. Menezes.”

Ele assentiu. “Lembra onde nos encontramos pela primeira vez?”

“No cemitério.”

Ele assentiu; seu olhar ainda fixado em mim. “Para ser preciso, bem em frente ao túmulo da Sra. Machado.”

Eu sabia que minha avó era uma Machado, então aquilo não foi um choque. “E daí?” Olhei para ele. Eu vi Adriano quando fui ao cemitério no Dia de Finados, mas não pensei muito sobre isso. Só pensei que ele estava sendo gentil quando me ajudou no sequestro, mas depois de refletir, percebi que as coisas não eram tão simples quanto pareciam.

Não existem coincidências neste mundo.

“Eu quero a caixa que a Sra. Machado deixou para você.” Seu olhar ainda estava frio como sempre.

Eu endureci e franzi a testa. “Aquela é uma caixa de quebra-cabeça. Como sabe que eu a tenho?”

Ele sorriu. “Descobri.” E não disse mais nada.

Eu não deveria entregar a ele a caixa, já que minha avó a deixou para mim. No entanto, se ela pudesse trocar a vida de cinco pessoas e o consolo de Pedro, isso valeria a pena. Eu assenti. “Sem problemas.”

Ele sorriu, parecendo satisfeito, e se levantou. “Durma bem e acorde cedo.”

Eu assenti. Tinha mais para dizer, mas Abel havia descido. “Sobre o que estavam conversando, Sr. Menezes?” Seus olhos se fixaram em meu rosto, e ele criticou: “Ela tem as curvas, e seus traços são bonitos, mas tem uma cicatriz. Ela não é a melhor mulher que você pode ter, então o que viu nela?”

Adriano sorriu para mim. “Nunca julgue um livro pela capa. A beleza não é nada sem uma alma magnífica.”

Abel resmungou e se jogou na cadeira, me encarando quieto. “Eu nunca consigo entender suas estéticas.”

Subi as escadas, recusando-me a ficar mais tempo, e pensei sobre o que Adriano me disse. Seria melhor se ele pudesse nos tirar daqui.

Eu fiquei perplexa, mas tive que aproveitar a chance, ou poderia ser difícil sair. Fui com ele e notei Daniel na sala de estar lá embaixo, iluminado apenas pela lâmpada fraca. Ele estava nos encarando diretamente.

Parei no meio do caminho.

“Vamos.” Adriano lançou-lhe um olhar e me arrastou para longe.

Pensei que Daniel nos impediria, mas tudo o que ele fez foi nos ver sair. Hesitei por um momento, e disse: “Obrigada.”

Ele não me respondeu. Em vez disso, olhou para Adriano.

Três carros pretos estavam nos esperando quando saímos, e no momento em que entramos, ouvi tiros vindos da plantação. Ele me empurrou para dentro do carro e disse ao motorista: “Vai!”

Abel provavelmente está de volta. Eu olhei para Adriano, em pânico. Não havia nada que eu pudesse dizer além de: “Tenha cuidado.”

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