Ficar ou correr? romance Capítulo 656

Pedro se aproximou de nós com os olhos semicerrados.

“Fique onde está se quiser que ela viva”, gritou Abel. “A vida dela vale muito mais que a sua. Não vou trocá-lo por ela. Será do seu interesse nos deixar partir, ou não posso prometer que ela não vai sangrar até morrer.”

Pedro congelou, seus olhos fixos no meu braço e na poça horrível de sangue que se formava no chão.

“Deixem-nos passar!”, ele ordenou aos seus homens, como se fosse uma decisão fácil para ele.

Júlio o encarou surpreso; estava preparado para capturar Abel de uma vez por todas. “Sr. Carvalho, essa é nossa única chance de...”

“Deixem-nos passar!” Pedro repetiu com um olhar dolorido para mim.

Abel manteve seu aperto firme em mim e caminhou em direção a um cruzamento que levava a outro caminho.

Ao ver Pedro abaixar a arma, ele gargalhou de alegria.

Ele me jogou no carro com Daniel ao volante. Ele acelerou assim que as portas se fecharam.

Abel sorriu para mim. Seus olhos se estreitaram de malícia. “Sra. Machado, muito obrigado por me tirar dessa.”

Eu o encarei com toda a fúria que consegui reunir. O sangue que eu havia perdido estava me deixando tonta.

Abel riu da minha raiva. “Para Marshville!”, ele ordenou a Daniel.

Daniel abriu a boca para falar, mas viu as manchas de sangue no meu braço. Ele franziu a testa e acenou com a cabeça sem dizer uma palavra.

“Estamos sendo seguidos!”, disse, olhando pelo retrovisor.

“Despiste-os!”, Abel gritou. Ele então olhou para mim e seu lábio se curvou em um sorriso cruel. “Se Pedro gosta tanto da minha companhia, diria para deixá-lo vir. Podemos mostrar a cidade para ele, se quiser. Ele deve saber que uma vida está em jogo aqui.”

Era óbvio que ele estava se referindo a mim, já que meu braço ainda sangrava muito.

Eu me sentia tonta devido à perda excessiva de sangue. Me encostei na porta e respirei pesadamente.

Daniel fez várias manobras. Ele olhou para mim e disse: “Senhor, ela pode não aguentar.”

Abel estava deitado com os olhos fechados. Ao comentário de Daniel, ele lançou um olhar preguiçoso para mim. “Ainda estão nos seguindo?”

“Não, senhor. Acho que se foram.” Ele balançou a cabeça.

“Hum! Que pena”, Abel disse com diversão. “Não importa, para Marshville.”

Daniel mudou a rota. Em vez de voltar para a mansão, seguimos em direção a um prédio bem escondido.

Eu desmaiei antes de entender nosso destino.

Quando acordei, os lençóis brancos em que eu estava deitada eram desconhecidos.

“Quer algo para comer?” Ele ficou me olhando de cima.

“Não estou com fome.” Balancei a cabeça.

Adriano franziu a testa e se afundou em um canto em silêncio.

Não consegui mais conter minha curiosidade. “Sr. Menezes, por que está aqui?”, perguntei de repente. “Você conhece o Abel?”

“Este é um hospital particular dos Menezes”, ele disse, calmamente.

“Os Menezes?”, repeti, confusa. “Os Menezes da Nova Itália?”

“Os Menezes que salvaram sua vida”, ele disse, com uma expressão séria.

“Por que me salvou?”, perguntei, desconfiada.

“Sem motivo especial”, ele respondeu com um olhar frio. “Não tinha a intenção de salvar você. Você simplesmente acabou vindo a um dos meus estabelecimentos.”

“Você veio a Marshville por minha causa. Isso conta como uma missão de resgate.”

Adriano riu. Ele era um homem bonito e parecia muito mais atraente quando sorria. “Você esqueceu o que prometeu quando estávamos em Antares?”

Eu realmente esqueci.

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