Ficar ou correr? romance Capítulo 654

Eu conhecia bem esse gesto, já o tinha testemunhado muitas vezes. Abel estava alcançando sua arma.

Olhei desesperada para Pedro. Ele parecia estar procurando por alguém. Sua expressão altiva afastava as pessoas.

“Sr. Abel, você...”

“Cale a boca!” Ele me encarou.

Fiquei amedrontada e em silêncio. Por que Pedro está aqui? O que ele está fazendo?

Será que ele estava me procurando?

Ninguém saberia do meu desaparecimento se Saulo não falasse. Mesmo que ele soubesse e estivesse me procurando, como acabou aqui?

Várias perguntas passavam pela minha mente, mas a mais urgente era sobre as intenções de Abel em relação a Pedro.

Ele segurou meu pulso e trouxe minha atenção de volta ao presente. Eu estava ali como isca.

“Não o assuste”, Abel murmurou em seu fone de ouvido. “Vamos ver quantos homens ele tem com ele.”

Depois de dar a ordem, começou a me arrastar em direção à mesa de Pedro.

“Sr. Carvalho, que coincidência!”, disse, com falsa surpresa.

Nossos olhares se encontraram. Eu estava sem palavras com a reviravolta dos acontecimentos.

Júlio parecia tão surpreso quanto eu. Em todo o tempo que o conhecia, nunca o tinha visto assim. Seus olhos se arregalaram de choque ao me ver.

“Como você está?”, soltei, enquanto me inclinava para apertar sua mão.

Júlio lançou um olhar para Pedro e se recompôs instantaneamente. “Estou bem, e você?” Ele apertou minha mão.

“Há quanto tempo, Sr. Abel!”, Pedro disse, com um olhar indecifrável.

Os dois homens tinham alturas semelhantes. Um tinha uma aura calma e estável que escondia uma natureza imprevisível, enquanto o outro parecia calmo e gentil, mas com uma fúria feroz logo abaixo da superfície.

Eles se sentaram; eu me sentei timidamente ao lado de Abel. Comecei a entender vagamente o plano dele para a noite.

Estava óbvio que pretendia não deixar sobreviventes.

Achei que seu propósito ao me trazer era usar-me como escudo humano se as coisas piorassem. Mas não parecia tão simples assim.

Que rancor Abel tem contra Pedro?

“Sr. Carvalho, você trouxe?”, perguntou, bruscamente. Ele detestava conversa fiada.

Pedro franziu a testa. Seu cansaço estava bem escondido sob suas sobrancelhas robustas. Viajar para esta parte do mundo tinha cobrado seu preço.

“Sr. Abel, por que não apresenta a dama?”, Pedro disse, lançando um olhar casualmente desinteressado para mim.

“Minha companheira.” Abel lançou um olhar malicioso para ele.

Quando recobrei os sentidos, olhei instintivamente para Pedro.

Seu rosto estava congelado em uma expressão de fúria. Ódio e raiva emanavam de todo o seu corpo.

“Sr. Carvalho, por que está com essa cara tão sombria?”, Abel provocou. “O colar é lindo. Só queria ver como ficaria na minha companheira; não tive más intenções. Se pertence a você, eu o entregarei de bom grado.”

Ele entregou o colar a Pedro.

Eu franzi a testa em perplexidade. Aquele colar havia sido originalmente dado a mim por Danilo para guardar.

Será que Pedro estava aqui apenas pelo colar?

Pedro não disse nada, mas lançou um olhar indiferente para Júlio.

Ele recebeu o colar, examinou-o de perto e assentiu.

“Então, Sr. Carvalho. É uma troca justa, não é?” Abel riu.

“Deixe-a aqui!”, Pedro disse friamente, enquanto apontava um dedo longo para mim.

“Por que, Sr. Carvalho, gosta da garota?” Abel ergueu as sobrancelhas. “Está tão carente de companhia feminina?”

“Não, não estou”, Pedro disse com uma careta.

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