Ficar ou correr? romance Capítulo 575

Ao meio-dia, Pedro ligou: “Você já almoçou?”

Parecia que ele estava prestando muita atenção nos detalhes mundanos da minha vida agora. Era bastante incomum ele se comportar assim.

Eu estava deitada no sofá e acenei com a cabeça. “Sim. Estou um pouco entediada porque estou sozinha em casa.”

Ele riu. “Quer vir me buscar no trabalho então?”

Por um momento, fiquei paralisada e instantaneamente aceitei a oferta dele. “Claro!”

Eu podia imaginar o sorriso no rosto dele ao saber o quão animada eu estava.

Depois de uma breve pausa, ele disse com seriedade: “Você não vai me perguntar se eu almocei?”

Fiquei um pouco sem palavras no início. “Então... você almoçou?”

“Sim. Berinjela grelhada. Farei isso para você hoje à noite.”

Minha avó costumava dizer que adolescentes frequentemente ficam envergonhados quando estão apaixonados, enquanto aqueles na casa dos vinte anos seriam mais românticos e loucos de amor. Quanto às pessoas com mais de trinta anos, o amor basicamente morreu.

Mas eu discordo. O amor após os trinta anos pode não ser intenso ou apaixonado, mas sutilmente reside em nossos corações.

Quanto mais velhos ficamos, mais valorizamos essa sutileza. E o amor que temos por nossos parceiros evolui para se tornar uma parte integral de nossas vidas.

Neste ponto da vida, o que mais importa é desfrutarmos da companhia um do outro e, se Deus quiser, passarmos o resto de nossas vidas juntos.

Encerrei a ligação depois de conversar com Pedro. Como não tinha nada para fazer na Corporação Carvalho, pensei em ir ao escritório dele mais tarde, no meu próprio tempo.

Depois de preguiçar pela mansão e tirar uma soneca à tarde, percebi que o céu tinha escurecido.

Olhei para o relógio e percebi que já eram 20h. Imediatamente pulei da cama, chequei meu telefone e vi algumas chamadas perdidas que Pedro fez por volta das 17h.

Quando estava prestes a sair da mansão, vi um bilhete sobre a mesa e congelei por um momento.

Aparentemente, Pedro já tinha voltado para casa sozinho. Surgiu algo urgente, então ele saiu novamente para encontrar Armando.

No bilhete, ele me lembrou de jantar. Ao ver o cobertor no sofá, não pude deixar de bater com a palma da mão na testa. O que há de errado comigo? Por que dormi tanto?

Voltei ao sofá e liguei para ele.

“Jantou?”, perguntou o homem com voz grave.

Entendi. Tudo por causa do amor.

Depois de pedir um suco de frutas, Pedro olhou para mim e perguntou: “Quer escolher uma música?”

Balancei a cabeça e sussurrei no ouvido dele: “Ele foi dispensado?”

Ele olhou para a tela da televisão e respondeu: “Alguém rejeitou o amor dele!”

Nossa. Que surpresa.

Logo Armando se acalmou e se encolheu no sofá. Inicialmente pensei que ele estava tão bêbado que tinha desmaiado, mas quando me inclinei para conferir, percebi que seus olhos estavam bem abertos.

Quase tomei um susto ao ver como ele encarava imóvel o teto.

“Quem é a mulher?” não pude deixar de perguntar ao ver o quão desanimado ele estava.

Pedro levantou as sobrancelhas e ficou em silêncio. Obviamente, ele não queria responder à minha pergunta.

Pensei um pouco e perguntei: “Rebeca?” Não conseguia pensar em mais ninguém além dessa mulher.

Armando deve ter me ouvido mencionar esse nome. Ele instantaneamente se endireitou, me lançou um olhar furioso e explodiu de raiva. “Quem você pensa que é, Rebeca? Por que você gosta até mesmo de Pedro? Sim, ele é rico e bonito. E daí? Eu também posso te dar dinheiro se quiser!”

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