Ficar ou correr? romance Capítulo 414

Eu estava faminta, então não protestei e comi um pouco antes de pedir a um funcionário que recolhesse a louça.

Suelen começou a chorar sem parar e atribuí a causa ao ambiente desconhecido. Troquei sua fralda.

Não queria usar a água da pia. Depois de pensar um pouco, olhei para Marcelo. “Preciso de um pouco de água filtrada morna.”

Ele assentiu ao entender do que se tratava e deixou o quarto.

Durante sua ausência, amamentei a pequena, o que a fez se acalmar.

Quando Marcelo voltou, tinha trazido alguém transportando um filtro e um galão de água, bem como uma bacia.

“Use para dar banho nela...” Então olhou para mim com atenção.

Assenti e peguei um pouco de água para limpar o rosto de minha filha. Após dormir e comer o suficiente, parecia estar de bom humor.

Era noite quando acordei. Me levantei quando não vi Suelen ao meu lado.

O cobertor colocado sobre mim deslizou enquanto meus olhos corriam pelo cômodo. Suelen não estava à vista.

Consegui manter a calma e liguei para Marcelo.

A porta se abriu antes que a ligação fosse atendida e ele entrou com um carrinho de bebê. Minha filha estava dormindo lá dentro.

O homem ficou surpreso quando me viu coberta de suor. “Notei que não trouxe muita coisa, então pedi a alguém para comprar algumas roupas e itens para vocês. Aqui é mais frio que Augusta!”

Sentei-me. “Obrigada. Está ficando tarde, então devia ir.”

Ele parecia hesitante. “Sei que está ressentida, então tudo bem se quiser descontar em mim. Mas não pode me manter longe. Precisa de alguém para cuidar de vocês.”

Meus olhos se estreitaram. “Vá embora! Sei me cuidar.”

“Por que você é tão teimosa? Já passou. Pensou no futuro dela, afastando todos nós assim?”

Nada iria abalar minha determinação a esse respeito. “É verdade. Não podemos mudar o passado. Tudo o que quero é um pouco de paz e sossego. É pedir demais?”

Ele ficou surpreso e respondeu com um encolher de ombros. “Está bem. Vou fazer o que quer, então.”

Meu propósito ali era, em primeiro lugar, cumprir minha responsabilidade e encerrar o projeto de desenvolvimento de IA que eu estava supervisionando para a Corporação Vasconcelos.

O outro era me despedir de meu tio. Como seria difícil viajar com uma criança, esperava ficar em Passo Largo alguns anos.

Em seu primeiro dia no jardim de infância, puxou minha mão. “Tem que vir me buscar, mamãe. Vou te esperar.”

Nos três anos que se passaram, Suelen me curou. Me ajudou a superar a perda do meu filho e a esquecer todos em Nova Itália e Augusta.

Era como se nossas vidas não tivessem mais nada a ver com ninguém.

Abraçamo-nos e a beijei. “Vou estar aqui!”

Essa criança já havia se fundido a mim de modo inseparável.

O fato é não havia empresas desenvolvedoras de tecnologia em Passo Largo. O primeiro emprego que consegui foi de lavadora de pratos em um pequeno restaurante local.

No canto da parte de trás do restaurante, eu esfregava os utensílios. Enquanto a folia continuava ao meu redor, desfrutava, solitária, do conforto que a espuma macia trazia.

Embora esse modo de vida não tivesse a grandeza e a emoção que Nova Itália oferecia, era onde eu me sentia mais à vontade.

Às cinco da tarde, fui buscar Suelen na escola e a levei ao restaurante, onde ela ajudaria com os pratos.

Costumava me perguntar: “Tenho um pai, mamãe?”

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