Ficar ou correr? romance Capítulo 413

Era início da primavera.

Às vezes fazia frio, às vezes o sol se sobrepunha. O verde ao longo do cenário eclodiu num deslumbramento de tonalidades.

Pessegueiros também começaram a florescer. Depois de amarrar as pontas soltas em Augusta, trouxe Suelen comigo para comprar as passagens.

No aeroporto.

Meus dois amigos insistiram em nos acompanhar até o portão de embarque. Leonardo, em particular, parecia relutante em se separar de Suelen enquanto a segurava. “Não entendo por que você tem que ir embora quando poder fazer a vida aqui mesmo.”

“Lembro-me muito bem de alguém ter dito ontem que é importante não se separar com desentendimentos. Está preocupado em deixá-la?”

“Você é a mãe dela, por que me preocuparia? Pode ir. Pare de fazer essa cara e saia daqui.”

Eu tinha apenas uma bagagem de mão comigo, já que não possuía muito, para começar. Seria um incômodo carregar o resto das minhas coisas com um bebê a reboque, então levei apenas itens necessários como mamadeira e fraldas.

Heitor pedira à tripulação para que tudo fosse carregado a bordo com antecedência.

Vendo que estava quase na hora, Leonardo perguntou apreensivo: “Não vai se despedir de Pedro?”

Neguei com a cabeça e sorri.

Ele exalou. “A briga com os Leão será grande, então deve estar ocupado tentando evitar a ira de Fábio. Duvido que consiga tempo para se despedir de qualquer maneira.”

Não fiz nenhum comentário. Com as passagens em mãos, vi meu amigo acenar para nós. “Cuidem-se!”

O homem engasgou porque já estava sentindo falta de Suelen. “Envie uma mensagem quando chegar. Iremos visitá-la.”

Assenti. Heitor tinha uma mão no bolso. “Até mais!”

“Tchau, pessoal!” Sorri.

Uma vez dentro da cabine de primeira classe, a aeromoça trouxe uma almofada para acomodar Suelen e colocou um cadeirão ao meu lado.

Voar pela primeira vez deve ter sido muito emocionante para a pequena, já que ela não dormiu nada durante as próximas quatro horas.

Sua aparência cativante garantiu que algumas aeromoças viessem e interagissem de tempos em tempos. Foi só quando desembarcamos que adormeceu no meu peito.

Planejava pegar um táxi e ir para o hotel. Foi quando recebi uma ligação de Marcelo.

Desliguei o telefone e voltei minha atenção para procurar um táxi.

Enquanto esperava, um Bentley preto parou na minha frente, então a janela se abriu.

Meu irmão parecia mais magro desde a última vez que o vi, há vários dias. Suas feições se tornaram mais desajeitadas.

A funcionária ficou espantada. “Sr. Machado!”

Marcelo assentiu, pegou a mala que eu havia deixado no chão e pegou o cartão-chave da mão da mulher antes de seguir para o elevador.

Franzi a testa, mas não expressei minha desaprovação.

Dentro do quarto, quando verificou que eu não estava disposta a conversar, passou a inspecionar o interior para garantir que era seguro. Satisfeito, pediu pelo serviço de quarto.

Como foi um dia longo, estava exausta. O homem não dava sinais de que iria embora. “Se já acabou, eu gostaria de descansar!”

Seus olhos escuros pareceram se iluminar quando tomei a iniciativa de lhe dirigir a palavra. “Pedi comida. Devia comer um pouco antes de dormir. Prometo que nem vai notar que estou aqui.”

Ah, esquece. Entrei no banheiro para tomar um banho e separei as fraldas de Suelen.

Eu a amamentaria assim que ela acordasse e trocaria sua fralda.

O serviço de quarto não demorou para chegar. A comida era leve, adequada ao meu gosto.

Olhei-o. “Pronto. Agora sai!”

Ele quis dizer alguma coisa, mas mudou de ideia quando viu que minha filha havia despertado. “Vou cuidar dela enquanto você come e, quando terminar, vou embora!”

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