Ficar ou correr? romance Capítulo 407

Eu também não sabia explicar. “Começou depois que vi aquela mulher agora há pouco. Acho que deve ser resultado do que aconteceu comigo.”

Depois de uma breve pausa, encarei-o. “E você. O que está fazendo aqui?”

Rebeca veio até nós. Fazia apenas alguns dias, mas parecia pálida e parecia ter perdido peso.

Pedro estava calmo. “Eu a estava levando para o hospital quando perdi o foco e... esbarrei em alguém.”

Poderia ter acontecido mais coisa do que ele descreveu, já que sempre foi cauteloso. Era improvável que a causa tivesse sido falta de concentração.

Olhei para a face pálida e os olhos inchados de Rebeca.

Estavam cheios de ódio e ressentimento. Eu de alguma forma a ofendi de novo?

O som de sirene encheu o ar e a ambulância se aproximou. Pedro passou os dedos pelo próprio cabelo e o colocou atrás das orelhas antes de sussurrar: “Não se preocupe com isso. Espere por mim em casa. Voltarei quando isso estiver resolvido, certo?”

Concordei com a cabeça em sinal de compreensão.

Devia ser uma questão de vida ou morte se tinha que cuidar daquilo sem demora.

Enquanto eu o observava partir, Rebeca olhou para mim. “Você deveria ter morrido!”

Essas palavras soaram tão arrepiantes quanto desconcertantes.

Fiquei perplexa, pois tinha certeza de que não havia feito nada que pudesse ter despertado sua ira.

Pedro seguiu na ambulância quando levou a mulher grávida embora. Os carros foram liberados e o tráfego retomado.

Eu tinha perdido metade do dia e talvez não tivesse tempo suficiente para fazer com segurança a viagem de volta do cemitério antes do anoitecer. Seria arriscado, já que estaria sozinha.

Depois de alguma deliberação, pensei em ir até o hospital para ver como a aquela mulher estava.

No hospital.

Parecia que ela havia escapado ilesa. O susto fez sua bolsa estourar.

Estava na sala de parto quando cheguei lá. Sua família também estava presente.

Júlio assumiu o dever de Pedro de se comunicar com os parentes dela. Rebeca sofreu escoriações leves e ficou em observação.

Assim que o assunto foi resolvido, meu marido encontrou tempo para se sentar. Observei-o em silêncio por algum tempo. “Sempre foi cuidadoso ao volante. O que aconteceu lá?”

Havia emoções distintas em seu olhar que incutiam uma sensação de mau presságio dentro de mim.

Na verdade, ele disse: “Rebeca estava discutindo comigo no carro.”

O cheiro de ferro e cobre que encheu minhas narinas chamou minha atenção para uma mancha encharcada na manga de sua camisa preta.

Pedro reiterou com mais agressividade: “Deixe-a fazer.”

Expirei antes de tirar o antisséptico da enfermeira. “Obrigada. Deixa que eu cuido disso.”

Um peso pareceu ter sido tirado do peito da jovem, que assentiu profusamente. “Está bem!”

Depois que ela foi para longe, olhei-o com severidade. “Não sou tão gentil quanto ela seria, então é melhor não choramingar depois.”

Meu marido apertou os lábios. “Por que esse mau-humor?”

Limpei a ferida com o algodão embebido em álcool em silêncio. Foi uma sorte que os cortes fossem superficiais, apesar do sangue.

Com um pouco de pomada, deveria cicatrizar em alguns dias.

Uma vez feito o curativo, me levantei e comecei a limpar as coisas. “Por que estavam discutindo?”

Eu o conhecia bem o suficiente para saber que ele não sofreria um acidente de outra forma.

Ele mordeu o lábio e parecia não ter intenção de falar. Uma voz, porém, me interrompeu antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa.

“Por sua causa, Scarlet. Sua azarada.” Rebeca saiu da enfermaria depois de ter seus ferimentos tratados.

O olhar dela era puro antagonismo.

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