Ficar ou correr? romance Capítulo 358

“Tudo bem.” Pouco depois, ele sugeriu: “Você está tendo dificuldade para dormir? Que tal uma bebida?”

Descansei o queixo na mão e fiquei olhando fixamente para a tela. “Acabei de assistir a dois episódios de um drama. Minha cabeça está doendo tanto, acho que minha doença está piorando.”

Marcelo pausou por um momento antes de dizer: “Vou te buscar agora.”

Com isso, ele desligou.

Olhando para a cena no notebook, meu coração se retorceu de dor por alguma razão. Era angustiante, e eu me sentia sufocada. As lágrimas não queriam mais brotar em meus olhos, mas a dor em meu coração era angustiante.

Tudo parecia sem brilho para mim. Meu mundo era uma sombra de cinza sem luminosidade. Às vezes, até sentia vontade de cometer suicídio para acabar com meu sofrimento.

E eu não sei mais quem sou.

Marcelo chegou à vila depois de trinta minutos. Ele estacionou o carro embaixo e buzinou.

Olhei para baixo da sacada e o vi esticando a cabeça para fora da janela do carro. “Desça. Vamos dar uma volta.”

Ouvindo suas palavras, troquei de roupa e desci as escadas.

Depois de entrar em seu carro, ele se virou para mim e perguntou: “Você está afim de beber?”

Esperando que álcool pudesse fazer minha dor desaparecer por um curto período, eu assenti e sorri. “Claro!”

“O que você vai fazer a partir de agora?”, ele falou enquanto dirigia rápido.

Pensando comigo mesma, não consegui encontrar uma resposta, suspirei impotente. “Eu não sei. Pensando bem, não tenho nada que eu queira.”

Eu havia perdido o desejo por amor e a vontade de viver. Meu futuro parecia sombrio agora.

Ele me olhou e perguntou: “Você quer voltar para a Passo Largo?”

Eu congelei e me virei para ele confusa. “Mas a Passo Largo não foi demolida?” Aquela viela era tão pequena, e alguns empreendedores planejavam construir uma vila lá, já que a região chamou a atenção deles.

Ele assentiu. “Outras foram demolidas, mas nossa antiga casa não. Ainda estava lá.”

Arregalei os olhos. “Uma resistência?”

Vendo minha reação, ele riu. “Você pode dizer isso.”

Não pressionei o assunto. Dadas suas capacidades, era moleza para ele manter os mais de cem metros quadrados de terra como estavam.

Pensei por um segundo e disse: “Vamos lá no próximo ano quando chegar a primavera. Vou levar a Suelen comigo também.”

Ele franziu a testa: “Suelen?”

Respondi: “Ela é filha da Márcia.”

Ele congelou e ficou em silêncio sem dizer mais nada em retorno.

Beber quando se tem muito na mente era bastante ruim porque você fica bêbado depois de apenas alguns shots.

Paf! Uma mulher foi esbofeteada por um homem de meia-idade na mesa ao lado da nossa. O impacto a jogou no chão.

Ambos viramos nossas cabeças naquela direção. O rosto delicado da mulher estava inchado enquanto ela tremia de dor no chão.

“Desgraçada! Agindo toda pura e inocente na minha frente? Que desligamento!” O homem furioso chutou o abdômen dela.

Incapaz de reprimir a fúria crescendo dentro de mim, eu joguei meu copo no homem e acertou sua perna.

Ele rosnou: “Ai! Quem me acertou com isso?”

“Eu!” Eu fiquei em silêncio enquanto Marcelo falava e se levantava com uma das mãos no bolso.

Olhando para o homem com nojo, ele franziu a testa e disse: “Nojento. Ele não parece nem humano, e seu comportamento me irrita também. Desde quando o Hotel Imperial começou a atender cachorros?”

O gerente ouviu a confusão e correu para a cena. Quando viu Marcelo, ele sorriu e pediu desculpas. “Peço desculpas, Sr. Machado. Que tal me seguir para a sala privada no segundo andar?”

Ele o olhou e disse indiferente: “Gosto de beber aqui. Não há nada de errado nisso, certo? Tem um cachorro aqui, então o tirem.”

O gerente tinha uma expressão rígida no rosto. Olhando para o homem gordinho ao lado dele, ele pediu desculpas: “Senhor, eu sinto muito mesmo, mas temos regras aqui. Não permitimos que nossos clientes perturbem os outros e estraguem seus humores.”

Será que isso era o que chamavam de dizer palavras irrazoáveis da maneira mais educada possível?

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