Ficar ou correr? romance Capítulo 350

“Ela temia que você não suportasse o golpe da morte dela logo após a perda de seu filho. Por isso, ela me pediu para criar a criança por seis meses antes de contar a você.”

Mantive o meu olhar fixo no teto. Os meus olhos doíam e a minha visão estava um pouco embaçada. No entanto, não proferi nenhuma palavra. Após um período de silêncio, finalmente consegui dizer algo. “Quem contou a ela sobre mim?”

Ela estava grávida. No mês seguinte ao meu incidente, fiquei com Marcos. Durante esse tempo, tentei me matar através de vários métodos.

Marcos estava ocupado cuidando de mim e não tinha tempo para mais ninguém. Dado o seu caráter, se eu não tivesse insistido em ver Márcia, ele não a teria procurado por conta própria, muito menos a teria provocado intencionalmente. Uma ação tão maligna…

“Foi Cristina, a assistente de João!”

Cristina! Franzi a testa e pensei na jovem bem vestida. A mesma que foi humilhada por Rebeca no Hotel Imperial. “Ela?”

Leonardo assentiu. “Ela foi ver Márcia. Não tenho certeza do que exatamente aconteceu entre elas, mas o humor de Márcia piorou depois da conversa. Quando Márcia estava prestes a sair, disse para nunca contar a João sobre a criança.

Nunca contar sobre a criança? Parei de falar. Na vida, era preciso ser um pouco feroz. Se mostrarmos as nossas fraquezas desde o início, seremos presas fáceis.

Continuei olhando para o teto, sem qualquer expressão.

“Scarlet”, Leonardo me chamou.

“Estou bem!”

Reprimi todas as minhas emoções. “Talvez você precise me ajudar com isso”, falei para Sarah.

Ela ficou momentaneamente estupefata. “Claro!”, ela concordou.

“Obrigada!”

“Não precisa me agradecer. É o mínimo que posso fazer!”

Eu sabia que ela estava apenas me agradecendo por ajudá-la com Felix. No entanto, eu ainda estava grata a ela.

Olhei para Leonardo e tentei me mexer, mas a dor me impediu. “Quando poderei sair do hospital?”

“O médico sugeriu uma recuperação de alguns dias! É quase primavera. Prometa que vai ter calma. Vamos ter uma ótima primavera juntos, certo?”

Balancei a cabeça e estampei um sorriso no rosto. “Sim, mas quero voltar para Nova Itália por um tempo. Ainda tenho trabalho para fazer lá. Quando terminar, voltarei para Jadeborough e passaremos uma primavera feliz juntos com a criança.”

Ele franziu a testa. “Não pode esperar até uma data posterior?”

“Talvez eu precise voltar hoje à noite. Luiz Machado agora é meu padrinho. Tenho que ir porque estarei inscrita no registro da família amanhã à noite.”

“Luiz Machado?”

“É um ótimo nome! Cheio de charme!”, Heitor concordou.

Talvez a conversa tivesse drenado todas as minhas energias, pois senti o meu corpo completamente debilitado.

Sarah percebeu a minha fragilidade. “Você deveria descansar no hospital hoje. O banquete é amanhã à noite, certo? Descanse e poupe as suas forças.”

Suspirei. O dia passou lentamente, e eu permaneci na cama.

Quando viajei para Nova Itália, já era tarde do dia seguinte. Marcelo me pegou no aeroporto e, ao notar as minhas olheiras, zombou de mim. “Não acredito que uma viagem tenha reduzido você a isso. Viu um fantasma ou algo assim?”

Entrei no carro. “Tive pouco tempo e não consegui descansar direito.”

“Estamos indo para a prova do vestido. Você pode descansar na minha casa mais tarde. Vou buscá-la à noite”, ele disse, ligando o motor.

Olhei para ele e sorri.

“Por que você está me olhando de forma tão assustadora?”, ele quis saber.

“Alguém lhe disse que você está parecendo cada vez mais com um irmão mais velho?”