Ficar ou correr? romance Capítulo 336

Eu ainda estava me recuperando do choque. Todo o meu corpo estava completamente entorpecido.

João continuou conversando ao meu lado, mas não registrei uma única palavra do que ele disse. Quando Carmen e Fábio chegaram, João se virou para mim com uma expressão bastante complicada.

Carmen foi a primeira a abrir a boca. “Você está bem?”

Olhei para eles e disse em tom monótono: “Se vocês dois quiserem entrar com uma ação judicial contra mim, por favor, prossigam.”

Carmen balançou a cabeça. “Não! Estamos aqui para dar uma olhada em você! Você...”

Fábio a interrompeu com impaciência. “Tudo bem, você já viu. Vamos visitar Rebeca agora! Este assunto está encerrado!”

João me ajudou com os ferimentos. E, enquanto os observava se retirando do recinto, ele disse: “Suponho que a família Leão não entrará com uma ação judicial contra você.”

Na verdade, eu não tinha medo do que eles poderiam fazer comigo. Baixei a cabeça e olhei para o ferimento em meu braço. “Nada vai acontecer com Pedro, certo?”, perguntei.

Ele caiu na gargalhada. “Ele não sofreu ferimentos nos pulmões, então está bem. Ele ficará bem depois de levar alguns pontos. Não se preocupe com isso.”

Balancei a cabeça, ainda me sentindo um pouco insegura.

Pedro pulou da cama após a sutura e me disse: “Vamos! Vamos para casa!”

Fiquei boquiaberta. Uma mistura de emoções surgiu dentro de mim. “Quer levar uma pancada na cabeça? Você acabou de sair da sala de cirurgia e está procurando a morte de novo? Não acha que os seus ferimentos já são graves o suficiente?”

Já eram 3h00 da manhã. A Sra. Escobar e Suzana haviam retornado para a mansão. João e Armando também foram para casa. E a família Leão contratou uma enfermeira noturna para cuidar de Rebeca.

Fiquei no hospital com Pedro, que tentou fugir antes da alta hospitalar. Mas consegui detê-lo.

Atordoado e carrancudo, ele olhou para mim. “Não está cansada de ficar confinada no hospital?”

Eu o empurrei de volta para a cama. Os seus ferimentos no abdômen estavam enfaixados e cicatrizando bem, mas eu ficava angustiada ao olhar para eles. “Deite-se de costas. Só sairemos daqui quando o médico der alta.”

Pedro se deitou obedientemente e me chamou para perto. “Deite aqui comigo ou iremos para casa agora mesmo.”

Não adiantava discutir com uma pessoa doente. Além disso, eu estava muito cansada. Para a sua alegria, deitei-me na cama, tentando ficar o mais longe possível dele. No entanto, ele se aconchegou mais perto de mim e me abraçou. “Durma bem”, ele murmurou.

Ao ouvir a sua voz, não contive mais as minhas lágrimas, que começaram a escorrer incontrolavelmente pelo meu rosto. Com as bochechas encharcadas, eu me virei para ele. “Não se atreva a fazer isso por mim no futuro. Não preciso disso e não quero que você se machuque por minha causa.”

Ele ergueu o meu queixo e olhou profundamente para mim. “Está magoada?”

Olhei para ele com o coração dilacerado. “Morra depois de mim quando chegar a hora, certo?”

Estava apavorada, pois esses eventos assustadores ainda permeavam a minha mente, e eu não queria mais vivenciá-los.

“O que você viu no seu sonho?”

“Que você tinha desaparecido!”

Neste momento, lágrimas rolaram pelo meu rosto. O meu coração doía tanto que achei que não suportaria mais.

“Sua boba! Feche os olhos e vá dormir! Prometo que ainda estarei aqui quando você acordar”, ele disse, acariciando o meu cabelo.

Como tínhamos muita dificuldade em adormecer no hospital, Pedro recebeu alta no dia seguinte, e partimos para a mansão.

Suzana já havia retornado à residência da família Vasconcelos e, aparentemente, o Sr. Barroso tinha cancelado a investigação sobre ela.

A Sra. Escobar era a única funcionária que restava na mansão. Maria havia sido dispensada por Pedro antes de voltarmos para casa.

Por ter dormido mal a noite toda, a minha cabeça latejava muito. No momento em que chegamos, Pedro franziu as sobrancelhas. “Vou tomar banho primeiro.”