Ficar ou correr? romance Capítulo 316

Armando parou de sorrir e se virou para Rebeca. “Fique fora disso.”

“O quê? Mas, todos concordaram com essa regra quando Paulo estava aqui. Eu também estava lá naquele dia. Por que eu deveria ficar fora disso?”

“Mas a regra não dizia nada sobre meter o nariz aonde não deve. Você não sabia disso, Rebeca?”, João finalmente falou. Seu olhar era frio e também impaciente.

Ela se mostrou chocada e algumas lágrimas começaram a escorrer por seu rosto.

Bufei, começando a ficar impaciente. “Não entendo sobre as regras de vocês, mas, aceito seu pedido de desculpas. Não há necessidade de tomar todo esse vinho. Seu pedido já foi bom o suficiente.” Parei por um momento. “Todo mundo resolve suas questões de maneira diferente. Você tem o seu jeito, e eu tenho o meu. Não beba tudo isso.”

Armando ficou espantado e lançou um olhar confuso para o meu esposo.

Pedro, que ficou quieto o tempo inteiro, finalmente se levantou. “Façamos isso então. Já está ficando tarde e Scarlet está exausta. Já vamos indo.”

Ele ia me levar embora quando Rebeca nos parou com os olhos cheios de lágrimas. Para ser exata, ela olhava apenas para o meu marido.

“Você não pode simplesmente quebrar a regra que Paulo fez. Por acaso essa mulher é mais importante do que nossas décadas de amizade?”

Uma expressão irritada surgiu no rosto de Pedro. “Essa mulher é minha esposa…”

Rebeca zombou. “E daí? Isso não lhe dá um passe livre para fazer o que bem quiser.”

De repente, senti vontade de rir.

“Sra. Lopes, que engraçado você falar isso! Não foi você que usou o irmão para seu próprio benefício? Francamente, você poderia escrever roteiros para filmes de drama! Não me importa quais foram as razões por trás desta regra, vocês tinham vinte anos naquela época. Posso entender que isso tenha sido criado por impulso, mas, pelo amor de Deus, você acha que ainda é relevante agora?”

Respirei fundo. “Todo mundo está na casa dos trinta. Não importa o quão saudável sejam, dez copos de álcool farão mal. Sem mencionar que eles têm trabalhado a noite toda pela empresa ultimamente. Seus corpos estão no limite. Se você for forçá-los a beber tudo isso, Armando pode acabar morto como seu irmão. É isso o que você quer?”

Rebeca empalideceu por um instante, então seu rosto ficou vermelho de raiva.

Seu peito arfou e ela me olhou furiosa. “Isso é uma falácia! Você está indo embora porque é arrogante demais para aceitar o pedido de desculpas de alguém!”

Meu Deus! Essa mulher tem cinco anos? Cada palavra que ela profere e a maneira como seu pensamento funciona é igual ao de uma criança!

A olhei por um instante antes de me virar para Armando.

“Nós.”

Eu ri. “Você não se divertiu o suficiente trazendo Rebeca pra cá?”

Ela franziu a testa. “Só quero fazer algo que possa beneficiar nós duas. Se pudermos viver em harmonia, não farei nada contra você ou seu casamento.”

“Ah, então, em outras palavras, se eu me recusar a trabalhar contigo, você arruinará a minha vida, é isso?” Passei por ela e entrei na sala de estar. Maria e a Sra. Escobar não estavam lá.

Hm… Ela deve ter se assegurado de que ambas não estavam aqui dentro!

Suzana mexeu no cabelo e disse: “Vamos voltar ao assunto em questão. Eu realmente não gosto de Rebeca. Honestamente, eu gostaria de ser sua amiga, não sua inimiga.”

Eu sorri. “Não vamos nos precipitar, Sra. Carvalho. Você é uma visionária, digamos assim. Não acho que alguém como eu possa ser agraciada com a sua amizade.”

Uma das coisas mais assustadoras do mundo é ser amiga de alguém que só se preocupa com dinheiro.

Ela arqueou a sobrancelha. “É assim que a natureza humana funciona. Você entenderá quando tiver a minha idade.”