Ficar ou correr? romance Capítulo 315

Marcelo, então, se virou para olhar para Pedro e debochou: “Você não deveria querer descansar também, Sr. Carvalho?”

Ele sorriu. “É, mas, você sabe. Sempre fui uma pessoa saudável.”

Marcelo saiu furioso.

Após vê-lo partir, Pedro semicerrou os olhos para mim. “Onde está a receita?”

Apertei meus lábios e segurei o papel com mais força. “Não há nenhuma”, respondi calmamente. “O médico me disse para descansar bastante e beber três litros de água por dia.”

“Scarlet!”, ele enfatizou.

Irritada, saí do hospital sem dizer nada. Ele me seguiu até o carro e deixou o assunto de lado.

“Armando te convidou para uma refeição no Restaurante Metro Sul. Você vai?”

Eu ia dizer não, mas fiz uma pausa. “Por que ele fez isso?”

Pedro deu a partida. “Pelo motivo que discutimos durante a última ligação.”

Fiquei surpresa ao ouvir isso.

Então ele quer se desculpar?

Havia um ditado que dizia que o amor de um homem pode ser medido pela forma como seus amigos tratam você.

Considerei isso por um momento e balancei a cabeça. “Claro, eu irei.”

Saímos do hospital e fomos direto para o Restaurante Metro Sul. Como pensei estarmos adiantados, perguntei: “Você não acha que é um pouco cedo?”

Ele concordou com a cabeça. “Sim. Quanto mais cedo acabarmos com isso, mais rápido você poderá descansar.”

Certo…

Quando vi o trio na sala, tive vontade de rir. “Pensei que isso deveria ser um pedido de desculpas. Não uma armadilha.”

Pedro franziu a testa e estreitou os olhos para Armando. “O que significa isto?”

Armando se levantou, parecendo um pouco inquieto. “Bom, é que já faz um tempo que Rebeca não podia sair por conta de sua hospitalização. Então, ela está aqui conosco. Sinto muito por não ter te avisado sobre isso, mas prometo que tudo ficará bem.”

João tomou um gole de chá, afastando-se do drama.

Pedro olhou para Rebeca com calma, e não se importou se ela estava fingindo ser lamentável. Ele, então, olhou para mim e perguntou. “Ainda quer fazer isso?”

Armando olhou para mim se desculpando. “Sinto muito, Scarlet! Eu…”

Elas são realmente incríveis, não são? Dez doses seriam suficientes para um bom bebedor, mas alguém que não está acostumado pode acabar se metendo em problemas.

Quando Armando estava indo para a segunda taça, me levantei e olhei para ele calmamente. “Irei embora se não comermos nada.”

“Qual é o significado disso, Scarlet? Seus pais não te deram educação?” Rebeca se levantou e gritou.

Ela já estava bastante zangada comigo, e meu comportamento obviamente rude acendeu a chama dentro dela.

Seu rosto se tornou sombrio.

“Armando se esforçou para fazer esse pedido de desculpas, e é assim que você o trata? Está tentando arruinar a amizade deles?”

Franzindo a testa, respondi calmamente: “Sra. Lopes, sua intenção é realmente defendê-lo? Porque parece que você está apenas descontando sua raiva em mim.”

“Ora! Por que você não…”

A interrompi. “Não tenho pais, então não tenho certeza do que eles teriam me ensinado. Você, por outro lado, tem, não é mesmo? Eles deveriam te ter ensinado a cuidar de sua própria vida ao invés de enfiar o nariz onde não deve. Mulherzinha rude!”

“Quem você está chamando de rude, Scarlet?” Vendo que não poderia me vencer, ela lançou a Pedro um olhar de cachorrinho. “Pê, você vai deixar sua esposa me insultar desse jeito?”

Nossa, essa mulher não tem vergonha na cara!

Pedro franziu a testa para ela em silêncio. Obviamente, ele pensou que Rebeca via todos os outros como uns idiotas.