Ficar ou correr? romance Capítulo 1301

Milene não respondeu e subiu as escadas de volta. Depois de dois degraus, ela parou.

“Não estou acostumada com isso”, anunciou, lançando um olhar de lado.

Após essa resposta abrupta, ela acelerou o passo e logo desapareceu no topo da escada.

Fiquei confusa.

Não está acostumada com o quê? Nossa comida?

Mas estávamos comendo frutos-do-mar. Não importa de qual país você venha, frutos-do-mar são geralmente preparados de maneira parecida. Não deveria haver muita diferença no sabor.

Talvez ela estivesse longe da mesa o suficiente para pensar que os pratos eram alguma comida exótica à qual ela não estava acostumada.

Meus pensamentos foram interrompidos quando Marcelo de repente se levantou e bloqueou minha visão. Seus olhos sérios estavam fixos em mim; eram firmes, mas gentis.

“Eu concordo em te ajudar”, declarou.

“Sério?”, fiquei radiante. Não esperava que Marcelo mudasse de ideia tão rápido.

“Sim”, ele respondeu, sem nenhuma expressão. Eu não conseguia decifrar suas emoções. Seu rosto naturalmente sério o fazia parecer ainda mais distante quando não demonstrava sentimentos.

Não parecia certo agir de maneira brincalhona. Por isso, me recompus e perguntei:

“Marcelo, você ficou bravo porque acha que fui muito impulsiva?”

Marcelo balançou a cabeça e suspirou. Sem desviar o olhar, ele respondeu:

“Apenas estou me sentindo aliviado.”

“Hã?”, expressei minha perplexidade.

No mundo corporativo, sempre em constante mudança, há um consenso de que 'o inimigo do meu inimigo é meu amigo'. Marcelo foi o estrategista responsável por garantir que Michel Zanette não pudesse retornar ao país, enquanto Luiz atuava como uma barreira natural contra os oportunistas. Apesar disso, a Corporação Trivetti não se recusou a nos receber; pelo contrário, eles nos conduziram educadamente até sua sala de recepção.

Hélder Trivetti sempre foi o líder da família Trivetti. Eles começaram no ramo de petróleo e, em seguida, se aventuraram em diversos investimentos, acumulando uma enorme fortuna ao longo desse processo. Quando o negócio de petróleo deixou de ser lucrativo, perderam sua principal fonte de renda e enfrentaram várias crises financeiras. Foi Hélder quem conseguiu virar o jogo repetidamente, embora os resultados nem sempre fossem satisfatórios. No entanto, desde que o Pitcoin foi introduzido no mercado, o valor das ações da Corporação Trivetti disparou e o patrimônio líquido da empresa triplicou.

Na terceira rodada de café que a secretária nos serviu, Marcelo não conseguiu mais conter sua irritação. Ele se levantou e chutou a planta no canto da sala. As folhas balançaram e caíram no chão.

Nesse momento, a porta se abriu. A secretária entrou acompanhada de um homem de meia-idade, vestindo um terno bordô.

O homem ostentava um corte militar impecável. Embora parecesse ter uma idade próxima à de Luiz, seu cabelo estava cheio de fios pretos. As rugas em seu rosto, no entanto, denunciavam sua verdadeira idade. Esse devia ser Sérgio Trivetti.

“Por que tanta raiva, Sr. Machado?”, Sérgio perguntou em tom tipicamente profissional enquanto se sentava.

Depois que ele se acomodou, outro homem mais jovem entrou tranquilamente. Sem cumprimentar ninguém, simplesmente arrastou a cadeira ao lado de Sérgio para mais longe antes de se sentar. Pelas feições, era óbvio que esse era Hélder, filho de Sérgio Trivetti.

“Marcelo, o tio Luiz não te ensinou boas maneiras? Você vem à minha empresa e danifica a minha propriedade. O que significa isso?”, Hélder largou o celular e fez uma crítica com uma expressão séria.

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