Ficar ou correr? romance Capítulo 1148

Quanto mais desesperada eu estava para estudar, menos conseguia me concentrar. Minha mente vagava sem rumo. Eu só recobrei a consciência quando senti uma mão quente e familiar sobre a minha. Levantei a cabeça e nossos olhares se encontraram.

“Ainda chateada?” Pedro quebrou o silêncio.

Baixei os olhos e balancei a cabeça. “Não.”

Se houvesse alguma raiva, era direcionada a mim mesma. Por dez anos, vivi sob as asas protetoras desses dois homens. Permiti que minha vida estagnasse e deixei de florescer.

“Marcos veio me pedir ajuda”, Pedro começou a explicar. “Foi antes de eu ir para o exterior. Eu já havia prometido a ele que o ajudaria, com a condição de que ele não contasse nada a você. No entanto, ele ainda veio e passou muito tempo com você. E aqueles seguranças não me informaram. Imagine como seria desastroso se algo acontecesse, e aqueles seguranças irresponsáveis falhassem em me avisar.”

Ele começou a soar ressentido, mas suprimia suas emoções na minha presença. No final das contas, tudo se resumia ao desejo dele de me proteger.

Ele tinha meu bem-estar em mente ao tomar aquelas decisões, e manteve tudo em segredo para me proteger. Por outro lado, eu queria ajudar Marcos, pois me sentia em dívida com ele. Nenhum dos dois homens estava errado.

“Sinto muito.” Tentei sorrir para ele, mas só consegui um sorriso amargo. “Eu costumava me sentir apenas em dívida com Marcos. Agora, não consigo nem encarar a família dele.”

Sempre senti um peso de culpa e arrependimento em relação a Camila. Sim, podemos colocar a culpa em Camila por não manter sua própria dignidade e orgulho. No entanto, não podemos negar que, se Marcos não tivesse me conhecido, ela não teria se transformado de uma linda princesa em uma dona de casa desleixada.

Eu fiz de tudo para ajudar uma estranha como Ivone, mas não fui tão generosa quando Camila precisou de ajuda. Não consigo me perdoar por isso. Mesmo que Camila e Theo voltem sãos e salvos, me pergunto se ainda poderei ficar tranquila ao encontrá-los no futuro.

“Não está se sentindo bem?”, ele perguntou. Ele havia esperado do lado de fora, então não viu quando vomitei.

“Não.” Balancei a cabeça e fui em direção ao quarto. Minha mente ainda estava confusa e em dilema, mas meu corpo me dizia que nosso bebê precisava de descanso.

Subi na cama. “Vamos chamar o médico da família para dar uma olhada”, Pedro sugeriu enquanto se sentava ao meu lado, cobrindo-me com carinho.

“Você quem decide.” Apoiei-me no travesseiro, fechei os olhos e esperei conseguir dormir.

Um pesado silêncio caiu sobre o quarto. Minha mente girava na escuridão. Eu sentia o movimento de Pedro. Ele parecia querer falar comigo, mas acabou guardando suas palavras. Ele ficou ao meu lado por um tempo antes de sair.

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