Ficar ou correr? romance Capítulo 1007

De repente, percebi por que Kléber hesitou em levar a garota mais cedo, embora claramente a quisesse. Ele se acalmou e me ouviu porque tinha medo da esposa.

O silêncio se instalou. Achei que a mulher discordaria, mas ela disse: “Claro. Meu filho está morto, então sua filha deverá gerar um filho de Kléber. Se ela der à luz um filho, estará livre. Caso contrário, precisará ficar em nossa casa até dar à luz um menino.”

A esposa de Ronaldo assentiu várias vezes e ofereceu um sorriso: “Sem problemas. Ela pode ter filhos e satisfazer suas necessidades.”

As palavras dela quase me enlouqueceram. Estava prestes a falar quando Benício segurou minha mão e me impediu a tempo. Ele sussurrou no meu ouvido: “Você não pode fazer nada. O resultado será o mesmo. Os Esteves não vão devolver o dinheiro.”

Atônita, olhei para a expressão pálida de Aurora enquanto um sentimento de desesperança me invadia. Não importa o que eu faça, nada mudaria o destino deles.

Vendo minha reação, a esposa de Ronaldo me ofereceu um sorriso educado: “Sra. Machado, obrigada pela preocupação. Isso é um assunto da nossa família, então não vamos incomodá-la.”

De fato, eu deveria me manter afastada dos problemas deles.

No final, Kléber levou Aurora embora. A paz foi restaurada na casa de Ronaldo.

Eu já não sabia o que dizer naquele momento.

“Sra. Machado, obrigado pela ajuda. Podemos registrar o nascimento de Ariane mais tarde, mas você precisa me pagar cem mil antes disso. Não é fácil criá-la. Além disso, como ela vai doar a medula óssea, sua saúde será afetada, especialmente os rins. Existem muitas coisas que ela não poderá tocar. Ela terá dificuldades de locomoção também. Na verdade, ficará inútil. Por isso, quero quinhentos mil a mais. Não é caro, e acredito que você pode pagar”, declarou Ronaldo: “Espero que me dê o dinheiro depois de registrar Ariane como cidadã. Tudo o que você fizer depois disso não tem nada a ver comigo.”

Fiquei em silêncio diante de sua declaração egoísta. Eu sabia que ele estava certo em fazer isso, mas só aumentava meu desgosto por seu egoísmo.

Após uma longa pausa, respondi: “Vou te pagar um milhão para adotar Ariane. Nós lidaremos com o processo de adoção, e Ariane será minha filha. Ela não terá mais nada a ver com você a partir de agora. Não importa o que ela se torne no futuro, você não tem permissão para incomodá-la, entendeu?”

Ronaldo ficou surpreso com o meu pedido. Soltou uma risada repentina: “Claro, sem problema. Não esperava que ela valesse tanto.” Após uma pausa, ele repetiu: “Claro, claro. Vamos agora.”

Levei-a até o carro, e Benício ligou o motor. Durante toda a viagem, Ariane não se inclinou para olhar a paisagem com admiração, como costumava fazer. Em vez disso, sentou-se quieta, sem demonstrar emoção.

Eu abri a boca para confortá-la, mas as palavras morreram em minha garganta.

Assim, permaneci em silêncio.

Depois de algum tempo, percebi que ainda não tínhamos entrado na estrada. Sentindo-me intrigada, perguntei: “Benício, você pegou o caminho errado?”

Em resposta, ele olhou para o retrovisor e explicou: “Sra. Machado, parece que estamos sendo seguidos.”

Com a testa franzido, olhei por cima do ombro e notei uma van cinza atrás do nosso veículo. Surpresa, perguntei: “Há quanto tempo essa van está nos seguindo?”