Ficar ou correr? romance Capítulo 1006

Era uma questão complicada. Kléber estava certo. Se Benício insistisse em salvar Aurora, Kléber poderia conseguir outra filha de Ronaldo. Afinal, foi Andressa quem causou a morte de seu filho.

A expressão de Benício se fechou ainda mais. Ele era mais inteligente do que eu, então sabia que deveria ficar fora disso.

Minha frustração aumentava: “Você pode levá-la, sem problema. Vou chamar a polícia agora. Andressa Esteves matou seu filho, então eles vão prendê-la. Mas, se você levar alguma das meninas ou matar alguém aqui, a polícia vai prender você também. Não estamos aqui para interferir nos seus assuntos, mas ainda podemos chamar as autoridades.”

Imediatamente, um murmúrio se espalhou pela multidão. Muitos dos moradores não tinham registro de nascimento e não possuíam certidões. Se a polícia viesse, muitos seriam obrigados a se registrar e pagar uma multa.

Kléber zombou: “Vai em frente. Não tenho medo de você. Quem está sofrendo aqui sou eu.”

Minha ameaça não foi suficiente para assustar o homem sem vergonha. Talvez ele achasse que eu não teria coragem de chamar a polícia.

Olhei para Ronaldo, que bufou: “Sra. Machado, chame a polícia. Eu admito tudo.”

Sua reação me pegou de surpresa. Eu não esperava que ele recuperasse o juízo tão rapidamente. Pegando o telefone, anunciei: “Vamos deixar isso nas mãos da polícia.”

Se a polícia assumisse o caso, nenhum dos lados sairia ganhando. Tanto Kléber quanto Ronaldo sabiam disso muito bem. Ambos estavam considerando seus próprios interesses.

Antes que a ligação fosse completada, Kléber falou: “Bem, o que você quer? Isso não tem nada a ver com você, então quero que fique fora dessa.”

Sorri e concordei: “Não se preocupe. Eu também quero me afastar disso. Contudo, assim como você, desejo resolver essa questão o mais rápido possível.”

Kléber franziu os lábios, em silêncio, esperando para ver o que eu diria a seguir.

Com uma cara feia, ele retrucou: “Dinheiro? Como Ronaldo pode me compensar? Meu herdeiro está morto! Como ele pode me recompensar? Dando-me o filho dele?”

Ronaldo abaixou a cabeça e não ousou dizer uma palavra. Quem se manifestou foi sua esposa: “Se você quiser, pode levar minha filha. Ela pode dar à luz seu filho. Você ainda está na casa dos quarenta. Minha filha pode ser capaz de lhe dar um herdeiro em breve. O que acha?”

Fiquei chocada. Depois do que eu disse, a mulher ainda não havia desistido de entregar a própria filha. Não me passava pela cabeça que ela permitiria voluntariamente que sua filha gerasse o filho de um homem de meia-idade.

Ronaldo continuava em silêncio, aparentemente concordando.

Enquanto isso, Kléber lançou um olhar para a mulher ao seu lado, que havia permanecido calada o tempo todo. Ela olhava furiosa para a esposa de Ronaldo, com um olhar de puro desprezo.

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