Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 503

— A culpa foi nossa... Minha e dos nossos pais. Devíamos ter te encontrado antes. Se você tivesse voltado pra nossa família mais cedo, a família Pereira jamais teria ousado te humilhar assim. — Disse Renato, com o tom carregado de culpa.

Se Vitória tivesse crescido desde o início como a herdeira da família Cardoso, seu relacionamento com Gabriel teria sido considerado perfeito, ninguém teria se oposto.

O Sr. Henrique só a expulsou da vida de Gabriel porque a via como uma garota sem raízes, sem respaldo familiar. Ele não queria uma nora sem “nome”.

Renato até conseguia entender, racionalmente, o modo de pensar da família Pereira. Grandes famílias sempre buscaram alianças à altura. Era uma tradição.

Mas ainda assim... Vi era sua irmã. E Gabriel, depois de dois anos, ainda ter arquitetado uma vingança fria contra ela? Isso era imperdoável.

— Não fala assim... Eu nunca culpei vocês por nada. — Vitória respondeu, abraçada a ele, com o rosto pressionado contra o peito do irmão. O cheiro do perfume dele era suave, reconfortante, como um porto seguro. — Eu é que fui burra. Me deixei enganar. Só posso culpar a mim mesma.

— De jeito nenhum! Você nunca buscou isso. Foi o Gabriel, aquele canalha, que planejou tudo desde o início! — Renato rebateu com firmeza. — Se livrar de um cara assim foi a melhor coisa que você podia fazer. Ele nunca mereceu o seu amor.

Vitória mordeu o lábio, tentando segurar as lágrimas, mas já era tarde: o ombro da camisa de Renato estava encharcado.

— Eu contei tudo pra ele desde o começo... — Murmurou, com a voz embargada. — Falei que fui embora porque o avô dele me obrigou... Mas ele nunca quis entender. Só sabia me culpar, como se eu tivesse sido fria, como se eu tivesse abandonado ele por vontade própria.

Ela apertou o abraço, envolvendo com os braços a cintura do irmão, buscando um consolo que há anos lhe fora negado.

— Eu não podia enfrentar o Sr. Henrique. Eu era só uma garota comum. O que mais eu podia fazer? A única saída foi ir embora...

Renato ouviu aquilo com um nó na garganta. Passou a mão suavemente sobre os cabelos da irmã, como quem consola uma criança machucada.

— Gabriel é um covarde, sem coragem e sem caráter. Você abriu o coração, contou tudo pra ele... E mesmo assim ele escolheu te culpar, como se fosse mais fácil fugir da própria fraqueza. Isso só mostra quem ele é de verdade: lixo.

Vitória ouviu aquelas palavras e fechou os olhos. O carinho nas suas costas, o calor do corpo de Renato, o ritmo calmo da respiração dele... Tudo aquilo lhe trazia uma estranha segurança.

Ela continuava com os braços ao redor da cintura dele, mas sem ousar tocar mais do que isso. Não podia, não devia.

Mas era impossível não reparar...

Os ombros largos, o torso firme, o típico físico de triângulo invertido.

A cintura dele era dura, bem definida. Se a musculatura ali era tão firme, com certeza ele tinha abdômen trincado. Provavelmente... um tanquinho de oito gomos.

Suspirou baixinho, melancólica.

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