Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 363

— Se você decidir comprar alguma coisa pra mim por conta própria... Eu vou mandar direto pra sua casa, via correio. —Disse Beatriz, olhando firme para Letícia.

— Ai, ai... Tá bom, tá bom! Você venceu, tá? —Suspirou, jogando os ombros para trás, como se admitisse uma derrota épica.

Seu rosto trazia uma expressão de puro desânimo, um misto de resignação e impotência.

Beatriz, por sua vez, parecia finalmente satisfeita.

As duas entraram no shopping. Enquanto caminhavam entre vitrines e manequins, Beatriz acabou soltando a pergunta que já pesava em sua cabeça há um bom tempo:

— Por que seu irmão, de repente, quer me dar presente? Ele já não tá me provocando como antes. Não precisa me compensar por nada.

Letícia, distraída olhando uma bolsa exposta, respondeu com a maior naturalidade:

— Quem disse que ele não tá te provocando? Hoje de manhã te fez andar no sol, ainda ficou te enchendo. Sem contar o que ele fez no camarote. Jogou a bola pra você de propósito, te deixando sem saída. Isso tudo é provocação.

— Isso não conta. Ele não me expôs na frente dos outros. —Rebateu Beatriz.

Na Aurora, ele tinha feito isso diante de toda a diretoria, e justamente antes de uma reunião importante.

Depois de passar por aquilo algumas vezes, Beatriz até achava que já tinha criado certa imunidade. Comparado com o que Letícia mencionava agora, aquilo nem parecia provocação de verdade.

— Ué, só porque não tinha plateia não quer dizer que não seja provocação. Eu estava lá, tá? —Letícia virou o rosto, ofendida.

Beatriz não disse nada...

— Tá bom, tá bom. Se você diz que não foi provocação, então não foi. —Disse Letícia de repente, com um sorriso travesso no rosto. —Nesse caso… Só pode ser uma coisa: meu irmão tá a fim de você, por isso quer te dar presente~ Até eu, que sou irmã dele, ganhei só um cafezinho por te acompanhar, e você tá aí sendo mimada.

“Melhor ele estar me provocando mesmo...”

— Olha só. —Continuou Letícia, animada. —Nunca vi meu irmão brincando ou sendo galante com nenhuma mulher. Só com você. Isso mostra que você é única. Que ele te trata diferente.

Beatriz: “Isso é pura imaginação sua!”

— E mais! —Letícia não parava. —Na hora do almoço, lembra que ele falou que te via como irmã? Mas que tipo de irmão fica provocando a irmã daquele jeito?

Ela falou séria, como se fosse uma grande revelação.

Elas continuaram caminhando entre os corredores de lojas. Só depois de um bom tempo, Letícia soltou, com a voz levemente ressentida:

— Poxa, assim não vale. Jogar sal nas minhas feridas?

— Nem era minha intenção. —Respondeu Beatriz, tentando parecer inocente. — Mas você não parava de me provocar! Queria me ver constrangida, né? Pois agora sentiu o troco!

Letícia não encontrou argumento. E assim, em um acordo de paz não verbalizado, ambas decidiram que nenhum dos lados voltaria a tocar no assunto emoções tão cedo.

Enquanto isso, nos fundos do shopping, na área atrás dos balcões das lojas...

Um dos investigadores que fazia campana do lado de fora do restaurante já tinha cumprido sua missão. Assim que o trio saíra de lá, ele fotografou e enviou a placa do carro com perfeição cirúrgica para o contratante.

Agora, já dentro do shopping, ele continuava discretamente seguindo Beatriz e Letícia pelos corredores movimentados.

Do outro lado da linha, Gabriel recebeu a imagem da placa e, sem perder tempo, acionou alguém para investigar o proprietário. Enquanto aguardava o retorno, permaneceu em contato com o seguidor:

— O homem foi embora? Só estão a Beatriz e a Letícia fazendo compras?