Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 362

Do outro lado da linha, Eduardo não negou. Mas a frase que ele soltou em seguida pegou Beatriz totalmente de surpresa, derrubando todas as suposições que ela tinha feito até então.

— Talvez ela fique um pouco contida por minha causa. Vocês vão às compras. Se ela quiser alguma coisa, você paga e depois eu reembolso. —Disse Eduardo.

Letícia, nessa hora, já não conseguia mais conter o sorriso. Olhou para Beatriz com um ar de pura malícia, levantando as sobrancelhas em provocação.

Beatriz ainda estava com a boca tapada pela amiga. Tinha parado de balançar a cabeça. Agora só parecia… Confusa. O olhar ficou meio perdido, como se estivesse tentando entender o que aquilo tudo significava.

Se Eduardo só queria zoar ela... Por que, então, pedir pra Letícia pagar e ele mesmo reembolsar depois?

E mais: o tom de voz dele...

Foi calmo. Direto. Nenhuma brincadeira embutida, nenhum sorrisinho disfarçado no final. Só seriedade.

Então...

Será que Eduardo queria mesmo comprar algo pra ela? De verdade? Mas por quê?

Entre eles já estava tudo resolvido. Tinham seguido em frente, certo? Aliás, ela ainda devia a ele um ano inteiro de marmitas que nem sequer tinha começado a cumprir...

— E eu, hein? O senhor vai reembolsar os meus também, ou não? —Perguntou Letícia de propósito, querendo provocar.

Como era de se esperar, veio a resposta carregada de uma leve impaciência:

— Já falei. Você paga os seus. —Respondeu Eduardo.

— Humpf! Tá fazendo diferença entre as pessoas, hein? —Letícia continuou, só pra provocar.

— Pelo serviço de levar ela às compras, te pago um café da tarde. Onde quiser. —Disse ele, seco.

— Feito! —Letícia vibrou, feliz com o pequeno lucro que conseguiu arrancar do irmão.

Enquanto isso, Beatriz ainda estava tentando colocar os pensamentos em ordem, perdida entre as palavras e as intenções de Eduardo.

Mas já era tarde. Letícia e ele tinham terminado a conversa. Já tinham decidido tudo por ela.

Beatriz então tirou a mão da amiga de sua boca e, apressada, tentou falar antes que a ligação fosse encerrada:

— Sr. Eduardo! Muito obrigada pela gentileza! Mas realmente não preciso comprar nada. Agradeço de verdade, mas...

Ela nem teve tempo de terminar. Letícia já tinha encerrado a chamada.

— Meu irmão disse que vai pagar. Se ele quer, a gente aceita, né? —Disse Letícia, toda animada. —Vamos, Bia! Hoje a gente vai dominar o shopping! Não vamos deixar nenhuma vitrine intacta. Vamos levar todos os modelos de todas as lojas!

Beatriz: “Claro que não.”

Porque se for um lugar pago, certamente seria Eduardo quem bancaria.

E ela não queria de jeito nenhum ficar devendo mais nada pra ele.

— Compras. Tem que ser compras. —Decretou Letícia, cruzando os braços.

— Tá bom... Eu te acompanho. Mas já aviso: não vou comprar nada. —Ela cedeu um pouco, mas manteve firme sua posição.

Era pra ela estar acompanhando Letícia. E, de repente, por causa de uma simples conversa entre irmãos, virou o contrário, como se fosse Letícia quem estivesse fazendo companhia pra ela...

Enquanto isso, ali mesmo, parada sob o sol escaldante, Letícia começava a se render.

Mesmo debaixo das árvores, o calor era quase insuportável. Aquele puxa-e-puxa com Beatriz já tinha tirado suas forças. No começo, nenhuma das duas queria ceder, mas ficar empacada ali não ajudava em nada. No fim, Letícia foi a primeira a se render. O ar-condicionado do shopping parecia cada vez mais atraente.

Beatriz aproveitou a brecha e foi junto, mas deixou claro:

— Se você mudar de ideia no meio do caminho, eu viro as costas e vou embora. —Disse ela, séria.

Letícia: “Humph! Então eu vou é…”

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