Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 343

— Realmente, muito branca. — Respondeu Eduardo.

“Tão branca que chegava a refletir a luz. Como porcelana... Ou como uma nuvem.” Ele completou mentalmente, sem dizer em voz alta.

— Viu só? Até meu irmão concordou comigo! — Disse Letícia, toda satisfeita.

Beatriz devolveu um sorriso educado e logo voltou a conversar com a amiga. Pouco tempo depois, chegaram ao restaurante.

O carro parou no estacionamento reservado. Os três subiram de elevador e foram conduzidos por um garçom até o salão reservado, previamente agendado.

Naquele mesmo momento, do lado de fora, à beira da rua.

Dois homens com roupas simples lançaram olhares discretos em direção à entrada do restaurante. Só de bater o olho, já dava para ver que o lugar era de altíssimo padrão, então nem cogitaram entrar sem um plano.

Conferiram no celular e, como suspeitavam, o restaurante só aceitava reservas antecipadas. Nenhuma chance para clientes de última hora. Ou seja, naquele dia, eles não teriam como entrar.

Sem escolha, decidiram continuar o trabalho à distância.

Começaram a revisar as fotos tiradas mais cedo, algumas na porta do condomínio, outras da entrada da garagem subterrânea.

Agruparam os arquivos e enviaram tudo para o e-mail do contratante. Depois, voltaram à vigília, esperando novas ordens.

Em outro lugar da cidade.

Por ser fim de semana, a única tarefa de Gabriel naquele dia era aguardar o retorno das câmeras de vigilância. Como ainda não haviam enviado nada, decidiu almoçar.

A comida tinha sido preparada pelo chef do hotel, mas quem trouxe foi um dos seguranças.

Assim que deu a primeira garfada, Gabriel franziu as sobrancelhas.

O motivo?

Aquele sabor... Era idêntico ao da comida feita pela Vitória tempos atrás.

Especialmente o tempero do creme da sopa. Todo chef tem um toque único, um estilo próprio. E aquele era igualzinho ao da outra vez.

Então... Vitória tinha aprendido com alguém? Ou simplesmente comprou pronto e esquentou numa panelinha de barro, fingindo que era dela?

Provavelmente, tudo vinha do que viveram no ensino médio. Havia aquela névoa de nostalgia, aquela lente que distorcia a realidade. E com isso, qualquer coisa que ela dissesse ou fizesse, ele enxergava como bondade.

Mas agora... Ele estava acordado.

Vitória era uma pessoa falsa. Alguém que dizia uma coisa e fazia outra. Alguém que nunca mereceu seu amor.

Sem conseguir comer, tampouco descansar, abriu o notebook para se distrair com algum arquivo de trabalho.

Ao checar o e-mail, percebeu uma mensagem recebida cerca de dez minutos atrás. O assunto marcava [confidencial].

Gabriel franziu as sobrancelhas. Normalmente, os relatórios chegavam à noite. Por que tão cedo hoje?

Abriu o e-mail e baixou o anexo. As imagens mostravam Beatriz saindo para almoçar, duas mulheres e um homem.

Ele presumiu que fosse Letícia com Daniel, como sempre. O olhar logo perdeu qualquer calor, e um sorriso gelado se formou nos lábios. Um sorrisinho carregado de inveja e sarcasmo.

— Daniel... Aproveita pra comer agora, enquanto ainda dá tempo. — Sussurrou ele, com amargura. — Daqui a pouco, nem miojo você vai ter dinheiro pra comprar.

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