Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 334

Vendo que a irmã não só não tinha vergonha como ainda se gabava disso, Eduardo apenas balançou a cabeça e se virou para voltar ao quarto.

— Quando chegar a hora, vou te chamar. Mas, por favor, tenta ser mais gentil e para de intimidar a minha amiga! — Gritou Letícia para o irmão sem coração.

A única resposta que recebeu foi o som da porta sendo fechada na cara dela, sem o menor pudor.

Letícia ficou ali, encarando a porta fechada por alguns segundos antes de bufar e voltar para o próprio quarto.

Na curva do corredor, Priscila, que passava com um copo d’água nas mãos, havia escutado toda a conversa.

Franziu levemente a testa, pensativa por um instante, antes de seguir para o outro lado do corredor, sem dizer nada.

No quarto de Eduardo, ele abriu a caixinha.

Ali dentro, repousava um par de abotoaduras de safira azul, com um brilho discreto e refinado, incrustadas em platina.

Pegou uma delas e a observou de perto: a qualidade da pedra e do acabamento eram de primeira linha.

Sob a luz, os cristais reluziam com um brilho quase hipnótico.

Ergueu uma sobrancelha, surpreso e satisfeito com o presente.

Beatriz realmente tinha bom gosto, sabia escolher.

Lembrando que Letícia comentara que ela ainda o pretendia dar outro presente, Eduardo, mesmo sem perceber, começou a sentir uma certa... Expectativa.

Guardou cuidadosamente a caixinha em uma das gavetas do closet, ao lado de seus relógios.

Assim, ficaria fácil pegá-la na manhã seguinte, ao se vestir.

Ainda assim, algo o incomodava...

“Por que ela tinha pedido para a Letícia entregar?

Não era ela quem ia me convidar para o almoço no fim de semana?

Não teria sido mais simples me entregar pessoalmente?

Até o local do restaurante seria passado pela Letícia...

Eu não tinha deixado meu cartão com ela?

Por que não me procurou direto?

Parecia até que nem queria me convidar de verdade. Cadê a tal consideração?”

Com esses pensamentos, foi ao banheiro se preparar para dormir...

Aguardando, com uma pontinha de curiosidade, o domingo chegar.

Enquanto isso, do outro lado da cidade, na casa de Gabriel...

Ele já havia enrolado o avô com uma desculpa qualquer, fingindo ter desistido completamente da disputa, alegando que não recorreria mais à justiça.

Mas, na verdade, continuava trabalhando nos bastidores, reunindo provas, articulando com advogados.

Justamente agora, acabava de terminar uma longa conversa com sua nova equipe jurídica.

No escritório, sentado em uma poltrona larga, Gabriel estava sozinho.

A luz do teto permanecia apagada; apenas o abajur da escrivaninha iluminava o ambiente com um tom âmbar suave e melancólico, que cobria o chão como uma névoa de solidão.

Ele já estava por dentro da história com os paparazzi.

Também sabia que Vitória se mudara para sua casa de propósito.

Ele podia verificar o que Vitória fazia enquanto ele estava no trabalho.

Se houvesse alguma discussão, ou até mesmo uma agressão contra Beatriz, isso provaria de vez que Vitória havia armado tudo, manipulando e pressionando Beatriz até levá-la ao divórcio.

E talvez não fosse só isso.

Agora que enxergava quem Vitória realmente era, começou a rever mentalmente toda a sequência de eventos.

O dia em que Beatriz levou sopa para curar sua ressaca...

Será que Vitória havia, de propósito, aberto a tampa antes da hora?

Será que o derramamento e o ferimento não foram realmente um acidente?

O machucado de Beatriz foi muito mais grave.

Ela ficou com bolhas enormes no dorso do pé, do tamanho de um punho.

E Vitória? Apenas alguns respingos leves.

Se Beatriz realmente tivesse a intenção de machucar Vitória, por que ela mesma sairia com ferimentos piores?

E no hospital?

Ele lembrava bem: Beatriz ainda estava nos braços dele, quando Vitória, de repente, torceu o pé, obrigando-o a deixá-la de lado para socorrer a outra.

Mas o diagnóstico foi claro: nada grave.

Nenhuma fratura.

Nem mesmo precisou de medicação.

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