Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 325

Pelo visto, foi mesmo o Sr. Henrique quem interveio. Do contrário, com os métodos do Gabriel, ele seria bem capaz até de subornar o juiz.

Ainda bem que havia gente sensata na família Pereira, disposta a apoiar o lado da Beatriz. Isso, por si só, já era um alívio.

— Daniel... Eu tô com medo do Gabriel querer se vingar da Aurora. — Disse Beatriz, franzindo a testa, lembrando das ameaças que ele deixara escapar mais cedo.

— Não se preocupa. Se for como da última vez, a gente resolve. Com o Sr. Henrique no controle, o Gabriel não vai ousar fazer nada direto. — Disse Daniel, com calma. — É por isso que agora ele tá tentando dar a volta por cima. Comprou a TitanTec, parceira da Aurora, pra virar nosso canal direto. E parece que até ameaçou a equipe pra forçar a parceria.

Beatriz franziu ainda mais a testa. Lembrou que, na noite retrasada, ao sair do trabalho, viu Gabriel saindo da sala de reuniões. Agora tudo fazia sentido.

— No fim, ele continua indo atrás de você. Mas relaxa... Enquanto você estiver dentro da empresa, ele não vai ousar te tocar. — Afirmou Daniel, com firmeza.

— Eu não tenho medo por mim. Posso chamar a polícia, ou pedir ajuda ao Sr. Henrique, isso funciona. O que me preocupa é ele fingir que quer cooperar, quando na verdade está cavando armadilhas pra destruir a Aurora. — Disse ela, séria.

Gabriel era um homem de negócios experiente, criado e treinado sob os olhos do Sr. Henrique. Além disso, tinha talento natural pra esse mundo.

Se ele realmente decidisse montar um esquema pra atrair a Aurora, a empresa poderia afundar em questão de dias. E pior, Daniel ainda correria o risco de herdar uma dívida gigantesca.

Ela não suportaria ver isso acontecer. Sentia que tudo isso era culpa dela.

— Não fica se culpando. Eu e a diretoria já estamos atentos. — Disse Daniel, tentando tranquilizá-la.

Com o Grupo Pereira pressionando pela parceria, Daniel já estava tomando precauções e mantendo planos de contingência. Não ia cair facilmente.

Enquanto conversavam, o tempo passou depressa. A noite lá fora já estava escura como tinta. Quando olharam o relógio, já passava das nove.

Naquele mesmo momento, em um hospital.

Gabriel dormia profundamente, com o rosto pálido, lábios sem cor. Os olhos fechados, o corpo imóvel na cama. Uma agulha fincada na mão, o soro descendo lentamente.

Ao lado do leito, um senhor de cabelos brancos apoiava-se numa bengala. O olhar pesado, a expressão abatida ao ver o neto se autodestruindo daquele jeito. Soltou um longo suspiro, carregado de frustração e tristeza.

Segundo o médico, a causa era clara: alimentação completamente desregulada, associada a uma gastrite crônica e a um forte abalo emocional naquele mesmo dia. Resultado: espasmos gástricos severos.

Como ele poderia culpar os seguranças?

Gabriel estava obcecado por Beatriz. Estava decidido a desobedecer até mesmo o próprio avô. E, no fundo, Henrique sabia que a culpa era dele.

Ele falhou com a Bia. E agora falhava com o próprio neto.

Se não tivesse forçado aquela união no passado, se não tivesse ignorado os sinais e empurrado os dois para um casamento... Talvez tudo tivesse sido diferente. Não haveria esse nó trágico.

Agora, ao ver o neto deitado numa cama de hospital, frágil e doente... Como não se doer por dentro?

Mas ele também não tinha coragem de ir até Beatriz e implorar que ela voltasse. Já era tarde demais. Ela tinha sido ferida demais. A ponto de quase perder a própria vida.

— Peça para o Rafael entrar em contato com o advogado do Gabriel. Quero que cancelem o recurso. — Ordenou Sr. Henrique.

— Sim, senhor. — Respondeu o mordomo. — Mas... Temo que, quando o Sr. Gabriel acordar, ele vá discutir com o senhor e tente recorrer de novo.

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