Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 323

Bem no centro dos olhares.

Beatriz sentia dezenas de pares de olhos a julgando, apontando, sussurrando. Cerrou os punhos com força.

Ela não tinha mais paciência para discutir com Gabriel. Toda aquela situação... Foi ela mesma quem permitiu que ele interpretasse daquela forma. Era a única maneira de cortar de vez qualquer laço entre eles.

— Do fio de cabelo até a ponta do pé... Você não chega nem perto do Daniel. — Disse ela, olhando direto para os olhos avermelhados de Gabriel, palavra por palavra, com frieza.

Ao ouvir isso, os olhos de Gabriel passaram do vermelho ao escarlate.

As palavras de Beatriz cortaram fundo, como uma faca entrando no peito. Na visão dela, ele não valia nem um fio de cabelo de Daniel.

Aquilo feriu seu orgulho de homem de forma brutal.

Beatriz já não queria permanecer ali. Segurou a manga da camisa de Daniel e puxou-o para sair. Ele a acompanhou sem hesitar. Juntos, foram embora.

— Beatriz! Você vai se arrepender disso! — Gritou Gabriel para as costas da mulher decidida que se afastava. — Eu vou te provar a quão errada você foi ao escolher ele!

Ao ouvir isso, Beatriz parou ao virar o corredor. Virou ligeiramente o rosto por cima do ombro, os olhos frios como gelo.

— Deixar você foi a melhor decisão da minha vida. Jamais vou me arrepender.

“Se arrepender?”

Ela riu, amarga e silenciosamente.

“Só se fosse louca.”

Porque ela só tinha uma vida e não ia desperdiçá-la sendo destruída por Gabriel.

Dito isso, foi embora de vez, sem olhar para trás.

Gabriel ficou ali, os passos trêmulos, o rosto contraído. De repente, levou a mão ao estômago, como se algo tivesse torcido por dentro.

O estômago é o órgão das emoções e naquele momento de dor profunda, ele se revoltava também.

— Senhor, o senhor está bem? — Perguntou um garçom, ao vê-lo curvado, se agachando devagar até cair no chão, contorcendo-se.

O rosto de Gabriel estava pálido como papel. A dor era tanta que ele mal conseguia falar. O garçom, assustado, correu para chamar a emergência.

Minutos depois, a porta do restaurante se abriu de repente: quatro seguranças à paisana entraram às pressas. Haviam sido enviados por Sr. Henrique para monitorar Gabriel.

Estavam do lado de fora esperando o fim da reunião de negócios, mas quem saiu do restaurante foi Beatriz.

Na hora, os quatro perceberam que tinham sido enganados novamente e entraram correndo para buscá-lo.

E foi aí que viu.

Entre os socorristas, estavam ajudando um homem a subir na maca... E aquele homem não era outro senão Gabriel.

Daniel ficou surpreso, os olhos fixos na cena.

— Gabriel? O que aconteceu com ele? Chamaram até ambulância... — Murmurou.

Beatriz também olhou de lado, apenas por um segundo. Viu os paramédicos colocando Gabriel na ambulância. A expressão dela permaneceu impassível.

Na mente dela, aquilo só podia ser mais um teatro barato. Gabriel era bem capaz de armar algo assim. Chamar uma ambulância pra bancar o coitado? Para ele, era fácil.

Virou o rosto novamente para frente, sem demonstrar emoção, e respondeu com frieza:

— Que ele se vire. Não tem nada a ver com a gente.

Daniel deu partida no carro, mas a cena continuava martelando em sua cabeça.

“Um tapa. Só um tapa. E agora... Ambulância?”

Estava difícil acreditar que aquilo não tinha um quê de encenação.

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