Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 312

“Será que toda essa habilidade dela em preparar café veio da prática de fazer para o Gabriel?

E o talento na cozinha? Também foi cultivado cozinhando para ele, por isso a comida era tão deliciosa?”

A resposta para essas perguntas era óbvia.

Eduardo pousou a xícara e, de repente, uma frase surgiu em sua mente:

“Gabriel não sabe o que tem nas mãos.”

Enquanto isso, no andar de baixo, dentro de uma sala privativa...

Letícia já tinha contado à Beatriz que foi seu irmão quem ajudou a encontrar as imagens da câmera de segurança. Mas, para sua surpresa, a amiga já estava por dentro.

— O advogado Leonardo me contou. Foi na segunda ligação que ele fez na hora do almoço. — Respondeu Beatriz.

— Ué, então nenhum dos dois se comunicou pra combinar isso? Meu irmão ainda fez questão de me pedir pra te contar. — Disse Letícia, pelo celular.

Do outro lado, Beatriz ficou em silêncio por um momento ao ouvir a palavra “questão”.

“Será que o Eduardo queria que eu fizesse um agradecimento formal?”

De fato, ela sabia que devia agradecer e já tinha até planejado como.

Além do jantar, pretendia entregar a ele aquele par de abotoaduras e também transferir o valor correspondente ao que ele investiu em termos de tempo, contatos e recursos financeiros durante a busca pelas provas.

“Ele conseguiu pra mim uma indenização de três milhões com a Vitória. Será que isso basta pra compensar?”

Ao pensar nisso, Beatriz teve uma estranha sensação de que era como tirar lã do próprio carneiro: no fim das contas, ela não tinha pago nada do próprio bolso.

Soltou um leve suspiro, mas não havia outra forma.

— Será que três milhões cobrem o esforço do Sr. Eduardo? — Perguntou Beatriz, pensativa.

— Pouco importa quem conseguiu. O fato é que agora tá no seu bolso, então é seu. Três milhões não é troco de padaria, né? Guarda e aproveita! — Disse Letícia, como quem dá conselho de amiga.

Beatriz ficou em silêncio por alguns segundos, refletindo sobre o que ouviu. Letícia dizia que não precisava transferir nada, mas ela ainda achava errado ficar devendo um favor assim.

— Pelo menos uma parte eu tenho que dar. Não quero ficar com dívida moral. — Disse Beatriz, firme.

Vendo que não ia conseguir convencê-la, Letícia resolveu sugerir outra coisa:

— Então compra um presentinho simbólico. Só pra marcar o gesto. E, convenhamos, ele só te ajudou porque eu pedi. Pela sua lógica, quem devia pagar era eu, né?

— Aliás, eu até separei algo pra você. Quando o Sr. Henrique investiu na Aurora, eu fiquei com metade dos lucros. Fui juntando aos poucos. — Contou Beatriz, com naturalidade.

— Eita! Não! Nem vem com essa! Você entendeu tudo errado! — Letícia reagiu rápido, quase alarmada. — A gente tem intimidade demais pra falar de dinheiro. Vai deixar o clima todo estranho. Além do mais, não tô precisando. Se quiser me agradecer mesmo, me chama de vez em quando pra experimentar essas suas delícias caseiras.

Beatriz ouviu e, naquele momento, sentiu o coração aquecer. As palavras simples da amiga a tocaram profundamente.

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