Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 309

— Na verdade... Acho que ele queria mesmo te ver. Só um almoço, assim, como velhos amigos. — Disse Beatriz, quando Letícia finalmente terminou de desabafar. — Mas não entenda errado. Só no sentido de amizade mesmo. Tipo, “faz tempo que a gente não se vê, vamos marcar alguma coisa”.

— Amigos? Ele e eu? — Letícia revirou os olhos. — Ele é amigo do meu irmão, não meu.

“Que papo de reencontro de amigos, nada.

Se fosse mesmo amizade, ele teria me procurado em algum momento nos últimos seis anos, não?

Só agora, depois que o Eduardo voltou, é que o Leonardo de repente decidiu que precisava tanto me ver?

Ah, vá.”

Ele estava era fazendo joguinho. Era de propósito.

Usando o nome dela, como sempre. Não porque realmente queria vê-la.

— Eu não aceitei. — Disse Beatriz, tranquila.

— E nem devia! — Rebateu Letícia com firmeza. — Ele que se vire com essa tal festa de agradecimento. Se não quiser ir, melhor ainda, você economiza uma refeição! Você convidou ele com toda boa vontade, e ele ainda usa meu nome pra escapar? Canalha!

Beatriz soltou uma risadinha baixa.

O tom da Letícia agora era bem diferente daquele do sábado passado.

Estava claro que ela já tinha enxergado quem Leonardo realmente era.

E mais importante: já tinha deixado o passado pra trás, não se deixava mais afetar por ele.

— Mas olha que bonitinho... Ele te chama de “Lê”. — Provocou Beatriz, só pra brincar um pouco.

Letícia ficou em silêncio por um segundo.

Aquele apelido... “Lê”... trouxe à tona uma lembrança antiga, ainda da época do colégio.

Na memória, vinha junto o jeito como ele bagunçava o cabelo dela com um carinho fingido e os olhos de raposa sempre sorrindo.

Mas durou só meio segundo.

Letícia sacudiu a cabeça e voltou pra realidade.

— Ele me chamou assim, na sua frente? — Perguntou ela.

Beatriz respondeu com um “sim”.

— Adivinha como ele me chama na frente do meu irmão? — Disse Letícia, com uma expressão entre o cansaço e a ironia.

— Irmãzinha? Maninha? — Arriscou Beatriz.

— Naquela época você ainda era uma adolescente. Agora cresceu, virou mulher. — Disse Beatriz, serena. — Talvez ele ache que continuar te chamando de “Lê” seja... Meio íntimo demais?

— Tá, mas me chamar de “irmãzona”? Daqui a pouco ele vai querer fazer parceria de churrasco comigo! — Letícia reclamou.

Beatriz deu uma risadinha, se divertindo com o exagero da amiga.

— E se ele te chamasse de “Lêzona” então? — Brincou Beatriz, com aquele tom de quem solta a bomba só pra ver a reação.

Letícia ficou sem palavras...

O silêncio foi ensurdecedor por dois segundos inteiros.

Até que Letícia, com uma expressão entre o desespero e o riso, admitiu:

— Melhor irmãzona mesmo...

“Lêzona” parecia nome de vilã de desenho animado. Ou de um drink exótico de gosto duvidoso.

Beatriz caiu na risada, enquanto Letícia, percebendo que tinha sido zoada, se preparou pra devolver.

— Ei... O Leonardo não te disse aquela hora que “alguém já tinha o convidado por você”? — Letícia arqueou as sobrancelhas, lançando o olhar de quem ia contra-atacar.

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