Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 304

— Ah, então era só isso? E você agindo como se fosse algum segredo obscuro. — Comentou Leonardo, com um tom de deboche.

— Só achei desnecessário comentar. Já pedi desculpas e mandei o presente. — Respondeu Eduardo, com indiferença.

— Beleza. — Disse Leonardo.

Eduardo deu partida e foi embora. Leonardo virou em direção à outra saída do estacionamento e, assim que entrou na via, acionou o sistema do carro e fez uma ligação.

Na tela, o nome do contato aparecia: “Beatriz”.

“Desentendimento leve? Tá achando que eu nasci ontem?

Primeiro, foi só mencionar o nome dela e o cara já ficou todo defensivo. Depois, tomou o celular dele no meio do restaurante. E pra completar, ainda parou o carro só pra explicar o que aconteceu.

Isso aí tá muito estranho. Mais falso que nota de três. Eu vou fundo nesse babado. Hahaha...”

Depois de uns dez segundos de toque, Beatriz atendeu.

Leonardo foi direto ao ponto:

— Srta. Beatriz, acabei de almoçar com o Eduardo. Ele comentou que vocês tiveram um desentendimento e pediu pra eu agir como um pacificador. Disse que talvez eu pudesse ajudar vocês a se entenderem melhor.

Na mesa de jantar, Beatriz parou de mastigar e olhou para o celular, franzindo ligeiramente as sobrancelhas.

“Eduardo pediu pro Leonardo interceder?

Mas... Eu e Eduardo não já tínhamos resolvido isso? Ontem mesmo ele mandou um perfume como pedido de desculpas.”

— Não precisa interceder. Eu e ele já estamos quites. — Respondeu Beatriz.

O perfume era caro demais. Ela ainda pretendia retribuir com outro presente. Assim, tudo ficaria equilibrado até materialmente.

Ao ouvir o “quites”, Leonardo arqueou as sobrancelhas.

“Hm... Do jeito que o Eduardo reagiu hoje, não parecia alguém querendo encerrar o assunto.”

— Ah, entendi. Talvez ele só tenha achado que você ainda estava chateada. Vai ver ficou com a impressão de que você não o perdoou. — Disse Leonardo, com naturalidade, tentando não levantar suspeitas.

Mas Beatriz achou aquele argumento... Estranho.

“Eduardo não é do tipo que se preocupa com esse tipo de coisa. Muito menos alguém que fica remoendo se foi perdoado ou não.

E ontem, quando mandou o perfume, ele foi bem claro:

Sabia-se que Beatriz não vinha de uma família influente, e Comunicação Digital nem era um curso artístico que dependesse de talento subjetivo...

Ou seja, ela entrou só com o próprio esforço. Inteligência pura. Gênio total.”

Por dentro, Leonardo suspirou, rendido.

“Daqui pra frente, vou ter que pensar três vezes antes de falar qualquer coisa com ela.

Aquela mulher não era alguém comum. Era uma elite intelectual.

Logo no começo, achei que ia conseguir extrair alguma informação dela.

Agora percebo que estou sendo esmagado, completamente dominado.”

— O que foi? — Perguntou Beatriz, estranhando o silêncio do outro lado da linha.

— Nada, nada... — Leonardo deu uma risadinha sem graça. — É que, sinceramente, você tem uma mente muito afiada. Sua capacidade de perceber as coisas é absurda. Só falei duas frases e já fui desmascarado.

— Não é que eu seja tão esperta. É que suas frases estavam cheias de furos. — Respondeu Beatriz, com franqueza.

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