Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 285

Como profissionais do setor, não havia dúvida: todos ali conheciam o Sr. Gabriel. E o mais assustador era que, mesmo sem dizer uma única palavra, seu olhar permanecia preso na garota à sua frente, fixo, inabalável.

Sem piscar.

A tensão era palpável. As peças começaram a se encaixar na cabeça de todos:

“A esposa do Sr. Gabriel... Era ela?

E mais, ela era funcionária da Aurora?”

Quando a ficha caiu, os funcionários da Aurora ficaram estupefatos.

Beatriz havia sido contratada recentemente, e muitos ali mal sabiam seu nome, já que trabalhava em outro departamento. Mas nada disso impediu os olhares, surpresos, chocados, sedentos por fofoca, de se voltarem ora para ela, ora para Gabriel.

Afinal, aquela revelação era uma bomba.

A suposta esposa oculta do magnata Gabriel Pereira...

Estava ali, no meio deles, como uma colega de trabalho qualquer?

Era isso? A milionária entediada que decidiu viver como os mortais e experimentar a vida de funcionária júnior em uma startup?

Na onda crescente de murmúrios contidos e olhos arregalados, vieram as saudações:

— Boa tarde, senhora.

— É um prazer conhecê-la, senhora.

— Seja bem-vinda, Sra. Pereira.

À medida que o gerente confirmava a identidade da garota com um gesto discreto, os demais colaboradores do Grupo Pereira se curvaram em respeito, um por um. As palavras “senhora” eram como gasolina jogada em uma fogueira, a tensão explodiu.

Beatriz estava no centro de tudo.

Sob todos aqueles olhares intensos, analíticos e cheios de especulação, ela manteve a postura. Mesmo com o rosto quente, a espinha gelada e o coração acelerado, forçou um sorriso e respondeu entre os dentes:

— Estão enganados. Não sou quem vocês pensam.

Aquela negação caiu como um balde de água fria.

Todos ficaram imóveis, desconcertados.

“Não era ela?”

Mas a semelhança era idêntica, os traços do rosto, o modo de olhar, a expressão contida... Sem falar que, há poucos minutos, ela tinha reagido ao ser chamada pelo nome.

Beatriz se virou sem dar mais explicações. O pior cenário já tinha se concretizado: agora só lhe restava sair dali o mais rápido possível.

Era óbvio. Aquilo só podia ser armação de Gabriel.

Ele deve ter mandado aquele homem chamá-la pelo nome ali mesmo, perto do elevador, só para garantir que os colegas dela ouvissem. Uma armadilha perfeita para desmascará-la diante da própria empresa.

Inacreditável. Ela apertou a bolsa com força, os passos apressados, o sangue fervendo.

Mas então algo fez alguns franzirem a testa.

Beatriz...

Esse nome parecia familiar. Onde já tinham ouvido? Estava ligado a alguma fofoca antiga?

No centro da confusão, Beatriz ainda tinha a gola puxada por Gabriel. Tentou se soltar, mas ele segurava com força. Furiosa, ela rebateu:

— Me solta! Não tem nada melhor pra fazer do que bancar o louco?!

— Louco? — Gabriel a olhou com fúria. — Quem foi que me negou em público, fingindo que nunca me viu?! Você arranjou outra e agora quer me cobrar fidelidade? Gabriel, você tem coragem! Nem se divorciou e já tá circulando por aí como se fosse solteira!

Ao ouvir isso, o impacto foi imediato. Os dois grupos, os funcionários da Aurora e os do Grupo Pereira, ficaram boquiabertos.

“Eles ainda não estão divorciados?!”

O escândalo estourava ali mesmo, como um trovão em dia claro.

— Amanhã a gente assina e cada um pro seu lado! — Beatriz retrucou, no limite da paciência.

— Amanhã não tem divórcio nenhum! — Gabriel cuspiu as palavras como veneno. — Nesta vida, você nunca vai se livrar de mim!

Ela bufou, exausta. Discutir com Gabriel era perder tempo. Ele era um louco egocêntrico, que sempre agia como se o mundo girasse ao redor do próprio umbigo.

— Você sempre faz isso... Se esconde atrás da sua imagem, nunca me assume em público. Sempre foi assim. — Gabriel desabafou, finalmente deixando escapar toda a frustração que vinha acumulando.

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