Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 273

— Vovô, não tente me impedir. No momento em que você assinou aquele contrato com a Beatriz e ela voluntariamente se casou comigo, ela deveria saber que entrar na família Pereira não é algo que se faz e desfaz como bem entende. — Disse Gabriel, com frieza cortante.

“Se ela entrou por vontade própria, então não me culpe agora.

Dez milhões? Uma barganha? Um investimento pro namorado?

Eu vou mostrar que esse dinheiro não vai ser fácil de digerir. Ela que se prepare pra pagar com a vida inteira.

Não preciso de amor. O que eu quero é ela.

Beatriz... Você me deve isso.”

No banco traseiro do carro, os olhos de Gabriel estavam fixos no encosto dianteiro. Um silêncio denso preenchia o veículo, e seu rosto carregava uma expressão sombria, envolta por uma aura pesada e opaca.

Do outro lado da ligação, o Sr. Henrique ainda tentava dizer algo, mas a chamada já havia sido encerrada. Ele ficou tão furioso que começou a tossir. Nunca imaginou que Gabriel já tivesse contratado um advogado, e agora, às vésperas da audiência, é que decidia contar.

Estava claro: o neto estava decidido a levar aquilo até o fim.

Pois bem. Que levasse.

Mas vencer, ele não venceria.

— Entre em contato com a Bia. — Ordenou o Sr. Henrique ao mordomo. — Ofereça toda a assistência jurídica necessária. E, acima de tudo, respeite a vontade dela.

O mordomo assentiu com um leve aceno e saiu imediatamente para cumprir a ordem.

Naquele momento, no departamento de design da Aurora...

Beatriz voltou para sua mesa com a expressão séria, mas isso não impediu os colegas de trabalho de se inclinarem discretamente em sua direção, cheios de curiosidade. Cochichavam, com olhares maliciosos e risadinhas contidas:

— Foi o Sr. Eduardo que veio te ver, né?

Beatriz negou com um sorriso constrangido.

— Não era ele. Era outra pessoa.

— Outra pessoa? Quem? — Perguntaram, com olhos atentos.

Ela hesitou. Não queria sequer pronunciar o nome de Gabriel. Mas, ao vê-la calada, fugindo do assunto, os colegas logo tiraram suas próprias conclusões.

— Ahhh... Então era ele mesmo! Só não quer admitir!

Beatriz tentou argumentar, explicar... Mas, sem jeito, deixou que dissessem o que quisessem.

Olhou para a tela do computador, mas seus olhos estavam desfocados. Sua mente vagava longe.

A imagem de Gabriel, com os olhos vermelhos, cheios de lágrimas, suas palavras ditas com dor e desespero... Ainda ecoavam.

Talvez fosse o contraste. O choque inesperado de vê-lo daquele jeito.

Talvez por isso ainda estivesse tão abalada.

“Pra ser sincera... Mesmo que tenha sido encenação, ele exagerou demais.

Qual a necessidade daquilo tudo? Ele sempre soube ameaçar de outras formas...”

Mas era impossível esquecer aquele olhar.

“É como dois conjuntos que nunca se tocam.

Um viveu no passado. O outro só surgiu no futuro.

E o pior de tudo... Era tarde demais.”

O som de uma notificação tirou Beatriz do transe. Olhou para o celular. Era uma mensagem do mordomo da família Pereira.

[Srta. Beatriz, o Sr. Henrique está ciente da tentativa de contestação judicial por parte do Sr. Gabriel. Ele pede que a senhorita não hesite em contar com o apoio jurídico dele. Estamos à disposição.]

Beatriz respirou fundo, leu com atenção e respondeu com calma.

Pelo menos não precisaria procurá-lo. O Sr. Henrique já sabia da audiência.

Mas aquela causa...

Ela precisava vencer.

Se perdesse, passaria o resto da vida presa à sombra de Gabriel.

Lembrou-se das palavras que ele dissera: as promessas de amar, de reparar, de cuidar para sempre...

Beatriz soltou um suspiro frio.

“A aura daquele amor já não me toca mais.

Eu não preciso disso. Não preciso do amor de homem nenhum.”

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle