Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 270

Se ao menos houvesse um pouco.

Só um pouco.

Ele não teria perdido tudo de forma tão completa.

— Eu gosto de você, Beatriz... Eu gosto tanto de você... — Gabriel murmurava entre lágrimas, a voz embargada de dor. — Quando você desapareceu, eu fiquei desesperado. Saí no meio de reuniões pra te procurar... Quando soube que você estava no hospital, me senti culpado, arrasado. Tive medo que estivesse se alimentando mal, por isso mandei refeições especiais... Depois que teve alta, comecei a sair mais cedo do trabalho, só pra poder passar mais tempo ao seu lado.

Queria dividir o dia a dia, preparar a comida juntos, fazer as coisas simples com você... O celular... Fui eu que quis comprar pra você. O colar também. Não foi compensação. Foi presente, foi de coração. Mas você... Você rejeitou tudo. Tudo.

Gabriel falava sem parar.

A voz tremia.

As palavras saíam entre soluços, descontroladas, carregadas de uma emoção crua.

A sala inteira ficou em silêncio.

Aquele homem que antes era orgulho puro, sempre inacessível, agora estava ali, curvado pelo amor, pela dor, exposto em cada frase.

E mesmo os presentes, Murilo, Rafael, o diretor de negócios, se viram tocados, ainda que por um breve instante.

Beatriz olhava para Gabriel.

Apertou os lábios.

Os dedos se fecharam involuntariamente.

Ela já não sabia mais o que era real e o que era encenação.

Não sabia o que era verdade ou teatro.

Mas, no fim das contas...

Isso ainda importava?

Pra ela, já não fazia mais diferença.

Ela tinha deixado de se importar.

— Beatriz... — Gabriel voltou a falar, suplicante. — Eu te amo. Me dá uma chance. Por favor. Eu não ligo se você me usou. Nem se antes você amava outro. Eu só quero que você volte pra mim... Me odeio por ter percebido meu amor tarde demais. Quando entendi tudo, o mal já estava feito. Beatriz, eu juro... Nunca mais vou ser aquele homem. Eu só quero amar você. Só você. Meu coração, minha vida, tudo é seu. Por favor...

Antes que ele pudesse terminar sua declaração,

Beatriz tirou o celular do bolso, digitou um número e, com frieza, disse:

— Alô? Segurança? Podem vir ao 12º andar retirar uma pessoa.

Rafael finalmente acordou da comoção.

Mais do que “retirar”, era urgente tirar Gabriel dali antes que a situação vazasse e virasse escândalo.

— Não... Aquela foi só a devolutiva por tudo o que ele já fez. — Respondeu Daniel, se referindo ao soco em Gabriel.

Em seguida, ele se virou para os dois subordinados. A expressão completamente carregada de raiva.

— Por que não me avisaram na hora que Gabriel apareceu? Vocês têm ideia do que poderia ter acontecido se ele tivesse perdido o controle com a Beatriz?

O diretor de negócios e Murilo se entreolharam, constrangidos.

Tentaram se justificar:

— Sr. Daniel, o senhor estava em reunião... E a chegada do Sr. Gabriel foi repentina. Achamos melhor conversar rapidamente com ele e depois informar...

— Ele não veio aqui pra falar de negócios! — Cortou Daniel, irritado. — Nas vezes anteriores, já tinha ficado rondando o prédio. Semana retrasada, ele quase sequestrou a Beatriz. Ela ficou cheia de hematomas! O Gabriel é violento! Ele bateu nela, causou fraturas!

As palavras “violento” e “fraturas” caíram como bombas.

O diretor de negócios e Murilo ficaram boquiabertos.

Nunca imaginariam que o Sr. Gabriel, sempre tão refinado e respeitado, fosse esse tipo de homem.

Um covarde.

Um agressor.

Um verdadeiro canalha.

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