Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 262

Ao ouvir o nome “Gabriel”, Beatriz apertou os lábios. O rosto ficou ainda mais fechado.

Preferia até que fosse o Eduardo.

— Posso... Não ir? — Perguntou.

— Sinto muito, Beatriz. Ele fez questão de que fosse você. Disse que, se não for, a negociação não segue. — Murilo suspirou, sem jeito. — O Grupo Pereira está oferecendo um contrato grande, de manutenção de segurança de uma das subsidiárias. É uma oportunidade enorme pra gente... Você não precisa falar nada, a gente vai te acompanhar o tempo todo. Você não vai ficar sozinha com ele, tudo bem?

Beatriz abaixou os olhos, em silêncio.

Como funcionária, sabia que tinha que pensar no bem da empresa.

Além disso, Daniel também tinha sido prejudicado por causa dela. Quase perderam a empresa para Gabriel. Ela tinha mesmo que compensar de alguma forma.

Era em plena luz do dia, dentro da sede da Aurora, com outras pessoas por perto... Gabriel não se atreveria a fazer nada como agredi-la ou sequestrá-la, certo?

Depois de ponderar, respondeu:

— Eu vou.

— Muito obrigado pela sua colaboração! — Disse Murilo, sinceramente grato.

Ele sabia muito bem: o Sr. Gabriel queria ver Beatriz, e aquele projeto era só um pretexto. Um passaporte para ter acesso a ela.

Mas fazer o quê? O setor de negócios estava desesperado, e o projeto, de fato, era bastante lucrativo.

Na sala de recepção...

— Sr. Gabriel, aceite um café enquanto espera. Nossa equipe já foi chamar a Srta. Beatriz. — Disse o diretor de negócios, sorridente.

Gabriel olhou para o relógio no pulso. Já haviam se passado dez minutos.

Sempre fora do tipo que fazia os outros esperarem por ele nas reuniões. Aquilo era inédito.

Mas ela era diferente. Era a Beatriz. Se tivesse que esperar uma hora, dez horas... Ele esperaria.

Acima do controle, vinha a adaptação. O avô havia apenas determinado que ele fosse vigiado, para não circular livremente. Mas não havia proibição de sair para tratar de assuntos comerciais.

Já fazia dias que não via Beatriz.

Na sexta-feira, ela ainda estava ferida. Depois vieram dois dias de fim de semana, longos, torturantes.

E ainda teve Letícia tentando arranjar encontros para ela...

Gabriel sentia que precisava vê-la. Urgentemente. Se não visse, ia enlouquecer.

“Mesmo que ela descubra, tudo bem. Já deixei claro: sem Beatriz, não tem negociação. Ela abriria mão de um projeto tão importante pro Aurora só por orgulho pessoal? Não... Beatriz é uma mulher forte. Sabe engolir sapos quando necessário. Nunca foi de agir por impulso ou birra.”

Enquanto pensava nisso, ouviu passos do lado de fora da sala de recepção.

Seus olhos se voltaram de imediato para a porta. O corpo se enrijeceu.

Os dedos se fecharam com força. O coração, descompassado, parecia ter subido até a garganta.

A porta se abriu.

A primeira figura a aparecer foi a de um homem de meia-idade.

O rosto de Gabriel imediatamente se fechou.

— Sr. Gabriel, é um prazer conhecê-lo pessoalmente. Sou Murilo, diretor do departamento de design. — Disse o homem, sorridente, estendendo a mão.

Gabriel não respondeu. O olhar duro e o semblante sombrio deixavam claro o quanto estava incomodado.

Dois segundos depois, Murilo se afastou levemente para o lado e continuou:

— Essa é a Beatriz, da minha equipe.