Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 258

— É que com o Leonardo tudo é óbvio demais. Ele nunca escondeu que é um mulherengo. — Comentou Letícia, soltando um suspiro. — Já o Gabriel… Ah, ele sabe fingir. Antes de tudo o que aconteceu com você, meus pais juravam que ele era o exemplo de jovem promissor, perfeito pra um casamento arranjado. Quem diria que era um lobo em pele de cordeiro?

Se fosse com ela, provavelmente também teria caído. Mas Letícia tinha um temperamento bem mais explosivo que o de Bia, jamais teria aguentado dois anos calada. Teria se separado em duas semanas e ainda exposto o desgraçado publicamente. Vingança, no caso dela, seria prato servido quente mesmo.

— Chega desse assunto. Vamos falar de você agora. — Beatriz desviou o foco.

As duas estavam largadas no sofá, com um filme passando na TV em tela espelhada — mas nenhuma das duas realmente assistia.

— Mas me diz… Por quê? Recusei o jantar hoje e ele já veio chamar pra amanhã. Aí falei que ia sair com o Daniel, e ele soltou que vai aparecer à noite. — Comentou Letícia, visivelmente confusa. — Ele tá insistindo demais.

Beatriz respondeu com calma:

— Não fica pensando nisso. Quanto mais você pensa, mais cai na armadilha. Você se enrosca sozinha. O Leonardo tá te procurando agora porque vocês ficaram muito tempo sem se falar. E justo agora seu irmão voltou também. Pensa bem: nesses seis anos, se ele quisesse mesmo te ver, ele já teria visto. Ele nunca foi pra outra cidade, nunca sumiu. Por que só agora essa pressa toda?

Letícia, que até então estava presa nas próprias suposições, sentiu uma luz se acender. Era verdade. Se ele realmente tivesse interesse, já teria se aproximado há muito tempo. Oportunidade foi o que não faltou.

Por que só hoje, com toda essa intensidade?

— Valeu, Bia. Agora tudo faz sentido. — Disse Letícia, endireitando a postura.

— Que bom que você entendeu. Ele não tá atrás de você por sentir algo. Só te vê como uma irmãzinha. — Afirmou Beatriz, com firmeza.

— É. No fim, foi só coisa da minha cabeça. Eu que não devia me deixar levar de novo. — Letícia concordou.

Beatriz assentiu, mas mal teve tempo de reagir antes que a amiga mudasse completamente de assunto:

— Então bora caçar um namorado juntas! — Soltou Letícia, animada. — Com um cara do lado, você nem lembra mais do outro!

— Mas até quando? A gente ainda vai se encontrar, com certeza. E se eu fraquejar na hora? — Letícia retrucou, preocupada.

— Você não vai. Porque sua razão já largou ele faz tempo. — Beatriz respondeu com segurança.

Letícia assentiu devagar. Fazia sentido. Bem lógico, até. Mas…

— Mesmo assim, eu me sinto meio injustiçada. Tá, fui eu que entendi tudo errado, mas quer dizer que ele não tem culpa nenhuma? — Disse, cruzando os braços, emburrada. — Ele é cheio de charme barato, vive jogando charme pra todo lado, sem filtro, sem limites. Aquela história de fazer carinho na cabeça, colocar o braço na cintura, me pegar no colo como se fosse uma princesa… ele fez tudo isso comigo! A única diferença entre mim e as outras era que, pra mim, ele chamava de “bebê”.

E ela, como uma adolescente doce e sonhadora do colégio… Como é que ia resistir àquilo tudo?

— Quer saber? Vou pensar em um jeito de dar o troco. — Ela ficou em silêncio por alguns segundos, concentrada. De repente, os olhos brilharam com uma ideia. — Já sei!

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