Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 251

[Você tá falando o quê? Que vergonha? Eu fiz o quê?]

Letícia leu essa mensagem e sentiu a vista escurecer por um instante.

Foi a primeira vez que pensou que o irmão dela tinha sérios problemas de inteligência emocional. Tudo bem nunca ter namorado, mas precisava ser tão tapado assim?

Na semana passada ele não tinha provocado a Bia na Aurora com a maior desenvoltura? Parecia até que fazia isso com facilidade!

Aquilo era uma contradição absurda. Então ela respondeu:

]Beatriz é uma menina! Você tá rogando pra ela ter hemorroida? Isso lá é razoável? Isso é educado? É coisa que se diga?]

Na cadeira do escritório, Eduardo olhava pro celular com os lábios comprimidos, em silêncio.

Ele não tinha rogado praga nenhuma. Só analisou a situação de um ponto de vista médico, ficar muito tempo sentada no vaso realmente podia causar hemorroida, o que era ruim pra saúde feminina.

Letícia achava que isso não era educado? Mas doença tinha a ver com etiqueta?

Ele nem usou palavrão, nem falou de forma chula. Então, pra ele, estava tudo certo.

Explicou o que pensava e mandou a mensagem.

Letícia ficou sem reação por um momento.

Leu tudo de novo, palavra por palavra, e entendeu o que o irmão queria dizer.

— Bia... — Letícia levantou os olhos e falou. — Parece que a gente entendeu meu irmão errado. Ele disse que só estava tentando se preocupar, assim... Casualmente.

Do outro lado da mesa, Beatriz parou o garfo no ar e perguntou:

— E por que ele se preocuparia comigo?

Letícia congelou de novo: “Pois é, por quê? Na semana passada ele não estava justamente implicando com ela?”

Baixou a cabeça e começou a digitar outra vez. Estava quase caindo no papo do irmão!

Claramente ele já começou a conversa com segundas intenções com a Bia.

— Cadê a Lê? — Perguntou Leonardo, cruzando as pernas e espiando atrás de Eduardo. — Só você veio?

— Letícia não vai vir. Ela já tinha outro compromisso. — Respondeu Eduardo, sentando-se.

— Outro compromisso? E o amigo aqui não tem moral suficiente pra ela desmarcar os outros? — Disse Leonardo, com o ego inflado.

Eduardo nem levantou os olhos do cardápio e comentou com frieza:

— Se ela não faz questão nem de me prestigiar, que sou irmão de sangue, imagina você. O seu prestígio vale ainda menos.

Leonardo ficou sem palavras.

— Pô, eu pedi pra você trazê-la. Faz seis anos que não vejo a menina... Não é possível que ela realmente não queira me ver. — Resmungou.

— Todos esses anos que passei fora do país, foi ela quem representou os filhos da família Martins nos eventos e recepções do circuito empresarial. — Explicou Eduardo. Mas você não estava sempre na Cidade A? Nunca cruzou com ela por aí?

— Nunca. Você esqueceu que eu saí de casa brigado com o velho? Fiz questão de me desligar da família. Não fazia mais sentido frequentar jantares de família ou encontros do mercado. — Leonardo respondeu. — Depois suspirou com um certo saudosismo. — Essa tal da Cidade A... Não é grande, mas também não é pequena. Mesmo morando perto, quando os mundos não se cruzam mais, parece que a gente vive em dimensões diferentes. Acaba que não se encontra mesmo.

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